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Música

Ouça “Adeus Flor Morta”, o primeiro som da nova fase do Huey

O quinteto instrumental de rock pesado liberou o produto de sua passagem pelo projeto Converse Rubber Tracks. No pacote, rola também um promo vídeo com imagens da gravação.

Huey no sofazinho do Family Mob. Foto por: Estevam Romera

O Huey está de volta com seu instrumental massudo e vertiginoso. “Adeus Flor Morta”, single que o Noisey lança nesta quarta (3) com exclusividade, é um aperitivo de como deverá soar o próximo álbum dos caras. A gravação rolou num dos melhores estúdios de São Paulo, o Family Mob, com captação de David Menezes e mixagem do norte-americano Steve Evetts, que já trabalhou com bandas como The Cure, Dillinger Escape Plan, Misfits e Sepultura. Evetts imprimiu sua identidade aqui, obtendo timbres únicos de riffs ultra-pesados, porém cristalinos. Já a masterização, caiu no colo de outro fera, o Alan Douches, o mesmo que já lapidou bandas como Baroness, Death, Earth e Year of No Light.

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O pacote do lançamento digital, pela Sinewave, inclui download gratuito da faixa, capa e um despretensioso, mas louco promo vídeo. As cenas foram colhidas durante as sessões de gravação no Family Mob. Em breve, o single estará disponível em formato físico, em vinil 7’’. Para a arte da capa, feita à mão, o Huey retomou a parceria com o artista Fabio Cristo, que já havia trabalhado na exposição “Bicho”, organizada pela banda em 2014, e num pôster de divulgação de um show em Porto Alegre. Revigorados pela experiência de terem produzido a faixa dentro do esquema do Converse Rubber Tracks, o quinteto segue embalado na elaboração do novo repertório. Os planos são de gravar no próximo semestre, novamente em Los Angeles, com o Aaron Harris, o ex-ISIS que é produtor e baterista do Palms.

Por e-mail, o grupo respondeu pra gente algumas perguntas. Aqui vão elas:

Noisey: A última vez que o Noisey publicou uma pauta do Huey foi em abril de 2014, quando soltamos o álbum de estreia de vocês. O que mudou na história, na cabeça e no som da banda de lá pra cá?
Huey: Quando lançamos o Ace, depois de todo o processo de gravação na gringa, convivendo quase um mês por lá, com todos os desafios que isso proporcionou, sentimos uma sensação de que podemos viver alguns sonhos musicais que temos em comum. Fortaleceu ainda mais nossa capacidade de união e esforço para alcançarmos e realizarmos algo gratificante com o Huey. Mesmo tratando-se de um som com limitação comercial, por ser instrumental, percebemos que muita gente se identificou com o que fazemos e isso é o combustível fundamental para quem faz música.

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O single que estamos lançando nesta semana, "Adeus Flor Morta", faz parte de um álbum a caminho? Em que pé estão as atividades criativas e produtivas do Huey?
Sim, é o primeiro single de um disco a caminho. Percebemos que realmente demora um certo tempo para amadurecer os arranjos e estarmos satisfeitos com o resultado final de composição. Todos gostam de fazer parte da lapidação final de uma música, então, queremos respeitar esse tempo. Temos muitas ideias prontas em processo inicial ainda, de cada um mostrar um esqueleto ou base, mas ainda tem muito trampo pela frente. Vamos diminuir um pouco a frequência de shows para focarmos nas novas composições.

Como funcionou a dinâmica em estúdio e o diálogo de vocês para os acertos de mixagem com o Steve Evetts e a master com o Alan Douches? Os caras ficaram livres para mexer no som, deram muitos pitacos?
A gente tem muito claro como nosso som deve soar, isso facilita um pouco. Todos os técnicos de gravação, mixagem e masterização com os quais já trabalhamos possuem características parecidas, de saber e gostar de gravar tudo ao vivo, e não ter muita pós-produção. Longe de ser algo tosco, muito pelo contrário, é valorizar como soamos tocando juntos, sem fingir ser uma banda que não somos. Tanto o Steve quanto o Alan curtiram muito essa ideia de fazer algo mais próximo do "real". A ideia consiste em proporcionar ao ouvinte a sensação de se sentir dentro do estúdio na hora que estávamos tocando. Com toda intensidade possível. Como o Steve gosta de timbres mais limpos e nítidos, isso casou perfeitamente com o equilíbrio de gravar ao vivo e, depois, lapidar com calma cada instrumento.

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O processo de captação no Family Mob seguiu o esquema que vocês já estão acostumados? O David trouxe alguma novidade nesse sentido?
O David é nosso amigo e facilitou bastante o fato de ele ter ido a shows, compartilhar gostos musicais parecidos e saber nos deixar à vontade na gravação. Apesar de termos a responsa de gravar tudo ao vivo, sem dobras ou overdubs, o principal é saber aproveitar o momento com diversão, sem aquela tensão usual de estúdio.

Esse lance de vocês terem participado do Converse Rubber Tracks rendeu uma divulgação positiva da banda?
Podemos dizer sem medo algum que o Rubber Tracks é um dos lances mais revolucionários que uma marca pode fazer pela música. Algo que realmente vai fazer a diferença em curto, médio e longo prazo. E o motivo é simples: imagina a quantidade de bandas ou músicos incríveis que deixamos de conhecer pela incapacidade financeira de gravar em um dos melhores estúdios do Brasil com uma equipe experiente e profissional? Portanto, estão deixando um verdadeiro legado e não gastando dinheiro em mídia tosca efêmera que não tem a menor aproximação com o público. E o melhor, sem pegadinha nenhuma, só se cadastrar, gravar e fazer o que quiser com o material, sem vínculo nenhum com a Converse. É inacreditável.

Vocês alinharam algum conceito com o Fabio Cristo para a arte da capa?
A gente gosta muito de trabalhos analógicos, não é à toa que lançamos o Ace em vinil e sempre imprimimos pôsteres dos shows. O Cristo fez uma vez a arte de um show em Porto Alegre e, até então, só o Minoru conhecia o trampo dele. Depois acabamos nos aproximando e ficando cada vez mais admirados com o estilo que ele tem. Não dissemos absolutamente nada sobre o conceito visual. Ele ouviu o som e criou algo baseado nisso. O importante é a liberdade de criação, e, se não gostamos, somos sinceros. Quando vimos o resultado final, sabendo que ele tinha feito à mão, valorizamos ainda mais e nos sentimos honrados de ter algo com essa qualidade representando nosso som.

Arte por: Fabio Cristo

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