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Música

Sexo, Start-Ups, e Diplo: Um Fim de Semana em Las Vegas

Gozamos com o pau dos outros e ostentamos muito com limosines, helicópteros e vodka com cranberry.

[Nota do Editor: de vez em quando, marcas aleatórias oferecem viagens pra gente ou pros nossos redatores com esperanças de que escrevamos sobre o quão foda os produtos deles são. O termo técnico para isso é “gozar com o pau dos outros”. Geralmente ignoramos esse tipo de coisa, afinal quem diabos quer dar publicidade de graça para uma marca qualquer? Mas certo dia recebemos um e-mail de alguém nos perguntando se poderia levar um representante do Noisey para Las Vegas pra assistir um show do Bruno Mars. Aceitamos de cara porque parecia tudo muito ridículo. Quase que imediatamente pedimos a nosso amigo Jazper— que personifica a sagrada trindade do inteligente, engraçado e absolutamente irresponsável – a ir até lá e zoar geral. Esta é a sua história.]

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SEXTA-FEIRA

10:34 – Tem uma limusine estacionada em frente ao meu apartamento pra me levar ao aeroporto. Estou ficando emocionado.

12:23 – Embarcando no avião. Vejo no Twitter que Diplo irá tocar em Las Vegas. Luke Davis, surfista profissional e vadiazinha amadora de Twitter, chega nas minhas DMs dizendo que estamos no mesmo voo. Fazemos planos de nos encontrar.

13:55 – “Bem-vindos a Las Vegas. Agora você já pode ligar seus dispositivos móveis para mandar mensagens para seus amigos ou tuitar sobre o quão fabulosa era a tripulação só de bofes.”

14:40 – Dou entrada no The Cosmopolitan. Me dão uma suíte com terraço privativo no 32º andar. O quarto é excepcionalmente belo. Sinto-me ridiculamente esbanjador. Um cartão escrito à mão sugere que comece minha estadia com uma selfie, pois “momentos de tirar o fôlego, às vezes, são esquecidos”. Verdade.

16:39 – Preciso ver o Diplo, então saio do hotel e pego um táxi em direção ao Encore, do outro lado da Strip..

17:00 – Chego ao Encore, uma boate a céu aberto onde o Diplo irá tocar, e falta só uma hora antes do meu meet and greet, mas me convenci de que mesmo que seja por apenas dois segundos, PRECISO falar com o Diplo para que o final de semana comece de verdade. O leão-de-chácara mal me olha e diz que não posso entrar porque não estou com “trajes de banho adequados”. Estou quase chorando porque havia acabado de me trocar pro jantar. Expulso antes mesmo de entrar.

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18:10 – Um coquetelzinho no Comme Ça onde me falaram um monte de blábláblá sobre a marca, para o qual não dei a mínima. Lá conheci os outro cinco representantes de mídia que haviam sido convidados para a viagem. Recebemos sacolinhas com mimos.

19:31 – O restaurante em que estamos, Rose. Rabbit. Lie., é um “experimento social” que explora a experiência de jantar nos bastidores. Enquanto mastigamos umas couves de Bruxelas fritas com queijo manchego, fatias de pizza de caviar e estrogonofe de carne desconstruído, há ginastas nadando para dentro e para fora de um globo de água, um cara tirando a roupa e então equilibrando todo seu corpo de cabeça pra baixo em um sofá e acrobatas pendurados em argolas presas ao teto.

21:36 – Após o jantar assistimos ao Vegas Nocturne, algo que só posso descrever como uma versão porra-louca de um show de variedades adulto. Minha parte preferida com certeza foi ver gêmeas sapateando ao som de Skrillex.

23:51 – Carregando meu celular em uma limusine a caminho da grande reinaguração do Drai’s, no Bally’s.

00:58 – Após esperar duas horas para entrar na boate, estou enchendo a cara de vodka com cranberry e pulando em cadeiras de praia.

1:52 – Dançando bêbado com Luke Davis em seu camarote, então subindo ao palco pro twerking na cara do Steve Angello.

03:19 – Encontro alguns amigos em uma boate gay for a da Strip. Não é nada demais então os convenço a voltarem comigo para o Cosmopolitan. Nasce o sol e tento arranjar alguém do Grindr, mas não dá certo.

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SÁBADO

10:30 – Sou o último a chegar para o café da manhã. Ainda falta meia hora antes da primeira atividade do dia, então me sirvo freneticamente de cada coisa do bufê, mas acabo comendo só frango frito.

11:35 – Vou de limusine até esse lugar com uns helicópteros. Me expresso a bordo de um deles e mando um tuite pro Diplo.

12:20 – ESTOU EM UM HELICÓPTERO SOBREVOANDO A CIDADE DO PECADO. ESTE É O MELHOR MOMENHTO DA MINHA VIDA. Diplo retuita minha foto me expressando em um helicóptero então caio em cima nas DMs pra ele falando sobre o seu show do projeto Major Lazer mais tarde. Amo o Twitter.

13:53 – Relaxando no Queue Bar, tomando uns drinques enquanto me servem bandejas de croissanduíches. Bebo algo que supostamente deveria simular beber DIAMANTES, literalmente. A playlist no cassino é ótima. O Cosmopolitan tem perfil no Soundcloud?

14:28 – Tenho uma aula particular de jogo de dados e 200 paus em fichas para apostar. Estou bêbado demais pra entender qualquer coisa, então troco as fichas por grana mesmo e passo a perna no hotel.

15:15 – Transtornado no Talon Club, um lounge para apostadores dos grandes. Minha pele começa a ficar manchada. Pareço com A$AP Yams. Por que estou fumando um cigarro?

16:22 – Recebo um cartão no valor de 500 dólares pra pegar umas roupas nas lojas do hotel pro show do Bruno Mars mais tarde. Seguindo a lógica de que o Major Lazer tocaria no mesmo clube de praia que não me deixaram entrar no dia anterior, compro calções de banho, calço alpercatas e pego o táxi pro outro da Vegas Strip.

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17:00 – Chego na Encore em meus trajes de banho só pra descobrir que O MAJOR LAZER NEM VAI TOCAR.

17:22– Começo a reservar joias na Hermès só pra me distrair do fato de que falhei em assistir ao Diplo duas vezes. Tento tirar uma selfie com Jermaine Dupri, mas os seguranças deles derrubam o iPhone da minha mão e dou um mergulho para pegá-lo antes que se arranhe no chão de mármore do Wynn.

18:47 – Não há tempo pra trocar de roupa, então chego nesse baita jantar chique com meu LOOK PRAIA-DIPLOenquanto todos os outros estão bem vestidos e classudos com suas roupas novas. Sinto vergonha. Sinto vontade de morrer.

20:58 – Meet and greet com Bruno Mars. Fazemos mãozinhas de oração.

21:08 – De um camarote privativo no alto do Chelsea nós somos servidos garrafas de Dom Perignon que brilham no escuro. TUDO PODE SER EDM. Fico tão bêbado com a abertura de uma DJ lá que começo a fazer minha própria PERFORMANCE, derramando o champanhe sobre todo meu corpo, de perna aberta sobre uma beiradinha tipo uns 2 mil metros acima do chão, e me esfregando nela enquanto todo o público me anima, tão empolgadaço que um dos executivos do Cosmopolitan tem que ir ao nosso camarote e me segurar antes que eu caia e morra.

21:37 – A voz de Bruno me toca. De repente me esqueço do quão babaca pareço usando sunga e alpercatas em um show. Estou tão louco de emoção que começo a chorar lágrimas de champanhe de 250 paus, literalmente.

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00:30 – Toda a equipe e sua turma estão loucos depois de 72 garrafas de Grey Goose ao lado da Kaskade na Marquee, entoando cânticos de culto sobre a marca. A essa altura eu estou cansado de tanto EDM, então dou um jeito de arrastar um dos convidados, e mais um carinha que eu queria ficar cujo nome não lembro, mas acho que é Jack, até o palco de rap, que está em chamas.

02:09 – Pego um taxi até o Wynn com Jack. Acabou que o Diplo só havia colocado o meu nome na lista para entrar, sem convidado, então gasto 100 dos 200 paus das fichas que troquei antes pra pagar a entrada dele. FINALMENTE CHEGO AO SHOW DO DIPLO. Ele está tocando em cima de uma cabeça gigante do Major Lazer. Walshy Fiya e os dançarinos do Diplo tão demais. Minha viagem culmina no momento em que subo ao palco para me expressar.

04:05 – Jack e eu de repente estamos de volta no palco rap do Marquee. O DJ toca um set só de trap para as 20 e poucas pessoas na boate que ainda estão curtindo. DERREPENTE esse monto de indianos britânicos e suas piranhas étnicas sobem na cabine do DJ, cada um com um maço de notas na mão e FAZEM CHOVER GRANA. As notas voam pelo ar feito confete. Todo mundo se joga pra pegar o máximo de dinheiro que conseguir. A cabine do DJ fica COBERTA de dinheiro. Quase me expulsam por ter pego notas demais. Saio da boate com os bolsos cheios.

05:16 – Sou uma piranha.

DOMINGO

Acordo nu na cama no outro dia com o som do mastigar de Jack comendo homus e pedacinhos de pão sírio. SE EU SOU UM DJ? Arrumo minhas tralhas, faço o check out no hotel, mas o motorista da limusine que deveria vir me buscar FICA INCOMUNICÁVEL e NUNCA APARECE. Tenho uma hora e meia antes do meu voo e estou surtando pra caralho. Acabo dividindo uma limo com um dos outros convidados até o aeroporto. O carro nos deixa na porta da companhia aérea dele, que suponho seja a minha também, Virgin, já que chegamos no mesmo voo, mas na hora do check-in vejo que vou de SPIRIT, que me dizem ficar em uma área afastada do aeroporto. Tenho um ataque de pânico no táxi. Chego na companhia certa MAS AGORA É TARDE DEMAIS PRA FAZER O CHECK-IN. Tento falar com algum dos contatos da viagem, mas ninguém responde porque todos já estão no ar. Tenho um colapso mental chorando sobre o leite derramado. Uma hora depois, acabo descobrindo que me conseguiram outro voo e engasgo com uma batata frita ao soltar um suspiro de alívio. Chego em Los Angeles cinco horas depois e vou de limusine, a derradeira, até em casa. Passo a noite tentando dar um jeito em mim mesmo e contando cada uma das notas amassadas na minha mala que peguei na boate na noite anterior. 156 paus. Obrigado, Las Vegas.

Jazper Abellera mora em Los Angeles e tem algumas informações importantes a respeito de Robesman. Siga-o no Twitter - @BOYTWEETSWORLDX

Traduzido por: Thiago “Índio” da Silva