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Música

O ROT está de volta com novas faixas do melhor grindcore

Oito anos de hiato só serviram para deixar o som da banda ainda mais destruidor. Ouça “Primitive Hostility”, do novo EP ‘Nowhere’.

Foto por Guilherme Ferreira

Parece que o ROT maturou toda a sua agressividade ao longo dos últimos oito anos só para transformá-la numa bomba sonora ainda mais potente do que nas antigas. Destacado expoente do grindcore nacional nos anos 1990, o grupo encerrou as atividades em 2008 porque seus integrantes originais, o Mendigo (guitarra) e o Marcelo (vocal), sentiram-se, no bom português, cansados com as constantes trocas de formação. Sem o mesmo tempo livre do começo para dedicar à banda, mesmo assim em 2013 eles resolveram voltar a tocar. Dessa vez, porém, sem tantas cobranças. De lá pra cá, os shows esporádicos e os ensaios mais suavões deram origem à máquina compressora que se escuta nas 12 faixas do EP Nowhere, recém-lançado. Com exclusividade para o Noisey, os caras, que já haviam divulgado cinco sons do play no Soundcloud, liberaram a faixa “Primitive Hostility”. Sente só:

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Todo o repertório foi composto em 2014, um ano e meio depois da volta aos ensaios. “Antes disso, estávamos mais concentrados em fazer o setlist para tocarmos ao vivo”, esclarece Marcelo. “A demora teve a ver com os poucos ensaios e em razão de morarmos bem longe uns dos outros. Mas também não havia tanta pressa assim. Na verdade, apenas queríamos registrar esse retorno da melhor maneira possível.” A inconstância das formações anteriores nunca influiu tanto no som do ROT, uma vez que o Mendigo sempre foi o compositor principal.

O que geralmente muda de um disco para outro é a levada de bateria. Em A Long Cold Stare, por exemplo, o Ricardo, baterista do disco, imprimiu uma pegada mais death metal. Já o novo EP não soará estranho aos antigos ouvintes: o Alex “Bucho”, que integrou a formação entre os anos de 1995 a 2002, é bem familiarizado com a estrutura dos sons; o Marcolino, na segunda voz, contrapõe legal os berros do Marcelo (em sua maioria guturais), equilibrando guturais e agudos; e o Rafael, na batera, tem aquela pegada clássica do grindcore — uma mistura de hardcore com death metal em doses equivalentes (Heresy, Repulsion, Siege, Master, Napalm Death, Fear of God, Unseen Terror…) que é a cara do ROT.

O pacote de retorno da banda traz ainda o maravilhoso CD duplo Old Dirty Grindcores. Aqui, é possível vislumbrar um panorama completo da evolução do ROT, desde 1991 até 2007. São mais de 150 músicas fora de catálogo, originalmente lançadas em EPs e splits, mais uma caralhada de demos e material extra. Tudo gravado em estúdio.

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