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Música

O Retorno do Nu-Metal É Real

É uma nova geração de bandas parecidas com Linkin Park - sem a parte ruim, claro.

Parece que depois de meses e meses de murmúrios quase irônicos, a chama do emo revival finalmente se apagou. Claro, uma porção das bandas que foram lançadas nessa conversa são bem decentes, mas um grande número de bandas que saíram do emo fizeram-no parecer piegas pra caralho depois de um tempo. Ele se tornou um paradoxo em que bandas usavam formas enganosas de parecerem sinceras. O joio já foi separado do trigo, e as bandas que faziam música ruim provavelmente vão pra puta que pariu logo mais. Mas esqueça tudo isso agora. Nesse momento é hora de focar no retorno a que todos deviam estar prestando atenção: o do nu-metal.

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Nem é preciso falar, mas o nu-metal levou muita merda. Muita da qual é provavelmente merecida – lá no fim dos anos 90, começo da década de 2000, ele inspirou muita fanfarrice idiota de caras vestindo jeans da JNCO e a maior parte da música daquele tempo é inaudível agora. Ela combinou o perigo e a agitação do hip hop da época com álbuns do Slayer e do Metallica dando bobeira nas prateleiras da Tower Records. Claro, o hardcore e outros subgêneros estavam vivos e iam bem, mas o nu-metal tinha a sensibilidade do pop para atender a qualquer um que se sentia angustiado, e muito mais apoio por parte dos selos.

Em 2014, o nu-metal está deixando de ser um palavrão para muitas pessoas. Se há seis anos você dissesse a alguém que curtia Limp Bizkit ou Slipknot, provavelmente iam te zoar, e provavelmente fariam um post passivo-agressivo num blog sobre você. Mas agora as bandas estão admitindo publicamente suas influências sem nenhuma vergonha e estão sendo totalmente honestas com os outros a respeito do que curtem. Voltar ao nu-metal agora é excitante: bandas escolhendo a dedo os elementos que fizeram o nu-metal tão grande e popular e combiná-los com outros gêneros para criar um amálgama de música pesada. Muito parecido com o renascimento do emo, no entanto, a maioria das bandas que têm algum tipo de relação tangencial com esse renascimento provavelmente farão objeções ao serem jogadas no trem da volta do gênero. Mas dane-se, aqui estão sete bandas que estão salvando a música ao trazer de volta o nu-metal…

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ISLANDER

Quando o Islander lançou um primeiro clipe para uma música mei velha, “New Colors”, parecia que eles estavam chupinhando o Deftones um pouco demais. Havia algum potencial; os riffs tinham certa pegada, e era óbvio que eles sabiam compor. Em sua nova faixa, “Coconut Dracula”, eles seguraram a mão nas influências, permitindo-lhes simplesmente fazer um som. O Islander consegue realmente ilustrar o potencial de seu gênero. Eles demonstram sonoramente aquela dicotomia frágil entre a suavidade e o peso de um riff, e fazem malabarismos atraentes nos ganchos. Eu não sei que porra que é um “Coconut Dragon” (e espero que seja algum tipo de bebida), mas essa música, ainda assim, DEIRRTRÓI.

MY TICKET HOME

O My Ticket Home é a inspiração principal para este artigo. O álbum Strangers Only mostra o que poderia acontecer quando uma banda se esforça para fazer um álbum a anos-luz de distância de sua zona de conforto. Todas as músicas saídas do álbum coincidem tão perfeitamente com a próxima e misturam todo tipo de influência, que elas o tornaram uma entidade (o apelido preferido deles é “puke rock”) fora dos limites do nu-metal, mas ainda carregando a influência na aba do chapéu. “Spit Not Chewed” parece conseguir se encaixar perfeitamente na trilha sonora de um Tony Hawk’s Pro Skater 60. A porção central da música tem um uso incrível de sweep de guitarra, parecendo ter saído direto dos dedos do Tom Morello. Eles têm a manha de soar como saídos de um inferninho condenado de Bakersfield, e funciona bem.

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SWORN IN

Eu coloco o Sworn In como o paciente-zero do renascimento do nu-metal. Muitos grupos de metalcore estavam misturando riffs e outras paradas que soavam como o Slipknot, mas a maioria deles acabaram ou tendo medo de sair do metalcore e ir para territórios mais novos, ou dentro demais do mundo pop, o que lhes fez parecerem bregas. Mas o Sworn In junta tudo para criar algo bem corpulento. O vocalista vai de tentar se enforcar com suas cordas vocais a fazer rap (ou algo do tipo), mostrando o que aconteceria se o Slipknot não tivesse absolutamente nenhum vocal, e dedicasse 100% de sua energia a tentar arranhar e lacerar seus ouvintes.

DANGERKIDS

O Dangerkids me coloca numa posição bem estranha. Em todo comentário que vi no YouTube ou algo do tipo, as pessoas lhes aclamavam como o que teria acontecido se o Linkin Park não tivesse lançado aquele som em Meteora e Hybrid Theory. A banda também não faz nenhuma tentativa de esconder, repetindo o nome deles em sua própria música. Não ter nenhuma vergonha é muito da hora, e os admiro por isso, mas não acho que já chegaram aonde podem chegar. Meio que tenho a sensação que com o período atual de Warped Tour, eles vão estourar imensamente até o fim do ano e ser o Issues de 2015, mas eles realmente precisam fazer mais para serem sua própria banda, ao invés de jogar breakdowns em intervalos aleatórios. Ainda assim, acho que sua produção tem sido bem divertida, e eles têm algo a oferecer com essa fórmula.

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STRAY FROM THE PATH

O Stray From The Path tem estado na área por um tempo, mas acho que estão começando a avançar para uma base de fãs maior. Essa música saída de seu álbum mais recente, Scissorhands, mostra o auge de tudo que eles lançaram até esse ponto, bem como uma tentativa de ritualmente transformar seu vocalista na continuação de Zach de la Rocha. É essa nova recontextualização do nu-metalem seu próprio estilo que permite que a faixa flua sem dificuldade em sua discografia. E também pegaram o Jason do letlive – quem sempre traz uma barulheira.

BEAR TOOTH

Tem algo muito poético no fato de o Caleb Shomo, antigo gritador dos inventores do crabcoreAttack Attack(!), estar numa banda incorporando elementos do nu-metal. Todo mundo odiava a porra daquela banda quando eles faziam sucesso, mas assim como o nu-metal, a galera jovem os amava e um milhão de bandas tentaram imitá-los. Acho que o Shomo cansou de toda essa merda que teve que aguentar, porque ele voltou com uma banda que tenta incluir todo tipo de elemento do heavy metal que conseguirem colocar numa tabela periódica. A voz do cara soa como se ele estivesse fazendo um teste para o Panic At The Disco! enquanto faz bico cantando em bandas cover do Pantera. Irado.

HUNDREDTH

Parece que seria hilário pra caralho fazer uma ponte entre as lacunas dos renascimentos acima mencionados, mas o Hundredth meio que faz isso. Eles têm todos os ingredientes; tem umas partes de guitarra meio math rockimprovisado para o cara sensível, e as partes mais pesadas e intensas, para o bróder em cada um de nós. Eles ficam como o intermediário que não te assustaria se estivessem abrindo um show para o P.O.D ou o Title Fight. Em seu novo EP as faixas percorrem a gama de tudo, desde breakdowns até arpejos pós-rock. Sério mesmo, isso devia ser péssimo, mas o Hundredth torna isso digerível.

John Hill está no eBay, procurando JNCOs originais. Siga-o no Twitter - @johnxhill

Traduzido por: Julia Barreiro