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Música

O Guia Noisey Para Se Transformar em um Legítimo Mestre das Raves

Porque nós do Noisey manjamos muito de raves, mesmo.

Então você vai a uma rave pela primeira vez. Está empolgado? Com medo? Nervoso? Deveria! Veja bem, jovem virgem de raves, não se chega saracoteando em uma. Deve-se chegar com elegância, da mesma forma com que se barganha com um traficante ou com a qual se serve em um self-service. Há alguns termos, dicas e truques importantes a serem aprendidos antes de se tornar um legítimo Mestre das Raves™. Venha comigo, e te darei uma guia para a sua rave local.

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A primeira coisa que você tem que saber é que uma rave é qualquer lugar que você possa ouvir EDM muito alta ou na maciota. Aqui vão alguns exemplos de raves: um cruzeiro, o saguão do W Hotel, o banco de trás de qualquer táxi, um baile do colegial, festivais de EDM, raves de verdade, a Tenda Sahara no Coachella, qualquer tenda patrocinada por uma cerveja, qualquer tenda comum, brunch, e bem, qualquer lugar. Se tem alguma coisa que os filmes me ensinaram, foi que: 1) nos anos 90 as raves rolavam em armazéns abandonados quentes, cheios de gente suada e drogas, e 2) que o Mark Ruffalo é foda. Claro, as raves em armazéns ainda existem e são chamadas de “afterhours”. E Ruffalo, se você está lendo isso, fique sabendo que você está na minha lista de convidados de todas as minhas afterhours caso queira aparecer e conversar sobre coisas que caras conversam.

Mas assim como Mark Ruffalo saiu do epítome do “cara tranquilão” para um exoesqueleto distorcido de um humano que também é um desses caras que acha que o 11 de Setembro foi uma mentira por algum motivo, as raves também mudaram. O que outrora era composto de gloriosas oportunidades para jovens exercitarem tanto a liberdade quanto se expressarem, agora são eventos altamente organizados com muitos patrocinadores corporativos. Certa vez, ao entrar no Hard Summer 2013, ouvi uma raver gritar veementemente em direção a outra garota com botas peludas: “Isto não é uma rave! É um show de EDM!”. Mal sabia ela que um show de EDM é uma rave, aquela babaquara. Aproveitando o embalo, permita-me definir alguns termos #cruciais de raves para que você não seja flagrado com botas peludas ou assistindo a algum DJ irrelevante em sua próxima rave.

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De primeira você tem que conhecer os gêneros:

DUBSTEP

Dubstep é aquela música com uns barulhos tipo uób-uób que começou a ficar popular em 2009 e então se queimou tão rápido quanto começou. Ela preenchia o vazio de música agressiva do qual os brôus sentiam falta quando o new metal morreu, em 2003. Passe direto no palco de dubstep do festival (se é que ele ainda existe). O único artista do gênero que ainda toca em palcos grandes é o Skrillex porque ele é foda e eu o adoro.

TRAP

É o gênero que substituiu o dubstep. Não é tão agressivo quanto.

JERSEY CLUB

Jersey Club é o gênero que substituiu o trap. Também não é tão agressivo quanto ele.

RYAN HEMSWORTH

Ryan Hemsworth é o gênero que substituiu o Jersey Club. Não é tão agressivo quanto Jersey Club.

TECHNO

No começo dos anos 2000, qualquer coisa eletrônica era chamada de techno. Aprendemos isso quando Eminem zoou o Moby em “Without Me”. Fui informado recentemente de que hoje o techno é considerado como um gênero específico. Enquanto eu acho que as únicas duas músicas de techno que você precisa ouvir mesmo são “Sandstorm e “Zombie Nation, tem um desses caras do techno com o qual estou trepando atualmente e seu nome é BRODINSKI.

TRANCE

Trance é bacana às vezes, sei lá. Olha só quantos subgêneros existem, é tipo calmaí #famíliatrance, vocês não deveriam estar dançando ao invés de criarem subgêneros?

MOOMBAHTON

É moombahton?
– É Dillon Francis das antigas?
– Não
– Provavelmente não
– Sim
– Provavelmente

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Fiz uma tabela útil acima pra explicar essa.

HOUSE

House é um gênero que foi inventado em Chicago nos anos 1980. Adivinha quem foi morar lá aos três anos de idade, em 1980? Kanye West. Faça as contas.

Ok, agora que você conhece os gêneros, aqui está alguma terminologia raveira que pode ser útil:

KANDI

Kandi tem sido um tópico quente nas últimas semanas com alguns festivais grandes banindo-o e Diplo metendo o pau publicamente. Eu não faço ideia do que seja, na verdade. Pesquise, não sou seu pai (a não ser que você precise de um, aí então posso ser seu pai).

PLUR

PLUR costumava significar “Paz Amor União Respeito”, mas depois que um raver me pediu um isqueiro no Coachella deste ano e eu respondi que não tinha um, ele me disse “isso não é nada PLUR, mano”. Nada mais foi o mesmo daí em diante e não sei mais o que a sigla significa.

TURN UP / TURNT / PLURNT

Se divertir com a galera da facul na rave. As pessoas nesse estágio normalmente deixarão você a par ao usarem camisetas customizadas.

GLOVING

Gloving é uma atividade realizada por #raverz #tru dos níveis mais básicos aos mais avançados. É como um show de luz bem na sua cara. É massa pacas e não depende de drogas, de jeito nenhum.

Agora que você tem uma ideia geral dos gêneros e da linguagem, é hora de descobrir como você vai chegar naquela rave. Pessoalmente, eu uso um algoritmo de 45 passos que envolve diversas conferências telefônicas e correntes de e-mail falsas com vice-presidentes de empresas que não existem que mostro para os seguranças da entrada para provar meu valor. Geralmente, isso me rende um passe livre e a possibilidade de tocar um set se eu quiser. A sua melhora aposta é pedir uma graninha da mamãe pra comprar um ingresso.

Com ingressos em mãos, é hora de carregar seu celular, montar um look, queimar sua coroa de flores e cair naquela rave! Lá dentro, preocupe-se apenas em ser legal e se divertir. Não é nada tão sério assim. Tome conta de seus amigos e de quem estiver por perto. Faça selfies e pequenos vídeos de cada set, mas não muitos. Se aproximar do palco não deve ser um de seus objetivos. Seu objetivo é dançar com seus amigos, e possivelmente networking. Se conseguir chegar no palco, é melhor que você esteja dançando – ninguém quer te ver ali atrás do DJ sem fazer nada. Lembre-se que seu celular não terá sinal nenhum porque as operadoras de telefonia funcionam como esses esquemas de pirâmide. Gerencie o brilho da tela de seu celular adequadamente e ligue o modo avião para fazer as baterias durarem ao máximo. Eu levo meu carregador comigo sempre. Geralmente você encontra tomadas perto de barraquinhas de comida/cerveja (além disso, alguém mais aí empolgado com o iPhone 6?). Não tente planejar o tanto de sets que irá assistir porque isso nunca dá certo em raves. Beba muita água, e se me ver por aí, dê um alô.

Robesman é um raver iniciante. Saiba mais sobre ele no Twitter - @robesman

Tradução: Thiago “Índio” Silva