Faltando dois meses para completar um ano desde o lançamento de seu ótimo álbum de estreia, as meninas do Rakta chegam com um EP igualmente daora trazendo duas faixas inéditas: “Tudo Que é Sólido” e ‘Serpente”. O som do Rakta é um prato cheio para aqueles que curtem usar uma pá de tags e subgêneros na hora de escrever resenhas. É até engraçado. O sujeito fica lá se achando o Greil Marcus do rolê e acaba não sacando qual é a da banda. A real é que não dá pra encaixar o que elas vêm fazendo sob rótulos muito fechados e pontuais, justamente porque qualquer um pode encontrar aqui o que lhe for mais conveniente: pós-punk, psicodelia, garage, death rock e sei lá mais o quê. No fim, trata-se tão somente de um som expansivo, livre de amarras.As composições novas sugerem uma catártica chapação musicósmica. São faixas um bocado intensas, viajantes, embebidas por altas doses de energia, reverberações, texturas, experimentos e distorções. Daí fica claro que as integrantes não se furtam de fazer música pelo simples barato de explorar as possibilidades da construção estética, convergindo o novo e o antigo, a técnica e o impulso. Não tem aquela limitação de tentar alcançar uma vibe previamente definida. Penso que esse mesmo espírito norteou bandas como o PIL e o Gang Of Four no passado, e isso é muito legal. Se liga aí na brisa e tire suas próprias conclusões:
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