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Música

O Chancha Via Circuito Nos Deu Uma Incrível Mixtape Exclusiva

O argentino tocou no Neu Club esse mês e nos presenteou com esse live set muito joia.

Foto por Amanda Deckij

Chancha via Circuito, codinome adotado pelo argentino Pedro Canale, é mais um daqueles feras do selo ZZK, que há alguns anos vem produzindo música eletrônica de alta qualidade misturada com cumbia e outros ritmos latinos no nosso vizinho mais amado. Diferentemente de colegas festeiros como Frikstailers e Fauna, Chancha trabalha com uma pegada mais contemplativa, BPMs baixos, dialogando com elementos folclóricos que vão da Patagônia aos Andes. Ainda assim, o cara sabe dominar uma pista. Isso ficou provado na noite em que esse live foi gravado: sala cheia o tempo todo, ainda que muita gente não soubesse muito bem como dançar uma parada tão lenta.

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Enquanto ouve o live set, dá uma lida na entrevista que fiz com o Chancha, que neste momento está transitando loucamente pelas pistas dos inferninhos europeus.

NOISEY: Fala um pouco sobre o set gravado na Avalanche Tropical no Neu Club. O que você tocou? Seu set muda muito de uma festa para outra?
Pedro Canale: Nessa festa, toquei o último set que preparei para a tour que agora estou fazendo na Europa. Tem músicas dos meus três discos, sons inéditos e músicas do meu próximo disco. Geralmente quando se trata de uma apresentação do Chancha como produtor, faço o mesmo set, mas quando vou tocar como DJ, faço algo diferente, com músicas de outros produtores e bandas.

Apesar de você fazer um set com BPMs bem baixos, a pista se manteve cheia o tempo todo. Qual o segredo?
Gosto de começar bem lento, porque assim as pessoas podem entrar no groove facilmente, mas a medida em que as músicas vão entrando os BPMs vão subindo, assim o público tem a possibilidade de dançar com outra intensidade. O segredo é tentar gerar um estado de tanse e tomar cuidado para que essa viagem não tenha muitos sobressaltos. Assim se aproveita melhor.

Como você começou a produzir? De onde veio a ideia de misturar eletrônica com folclore latino?
Comecei a produzir no computador lá pelo ano 2000, mas só comecei a experimentar com cumbia e ritmos folclórico latinos em 2005. A inspiração veio de uma série de viagens pelo noroeste argentino, Peru e Bolívia. Foi quando comecei a sentir uma atração muito forte pela música de raiz.

Quem te influencia como produtor?
Aphex Twin, Deadbeat, Marcelo Fabián, Gaby Kerpel, Tremor e Frikstailers.

“Quimey Neuquén”, seu remix para a música de José Larralde, presente no disco Rio Arriba, foi destaque na trilha da última temporada de Breaking Bad. Como foi a repercussão?
Foi grande. Muita gente me escreveu dando parabéns. Muitos amigos fãs da série não acreditavam quando escutaram a música no episódio. O vídeo da música no YouTube passou de uns 200 mil pra uns 300 mil views em uma semana. Foi impressionante.

E você, assiste Breaking Bad?
Só vi o primeiro capítulo e eu gostei, mas não me peguei muito com a temática. Penso em dar mais uma chance e continuar vendo. Muita gente me fala que a série é boa.