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Música

Um Guia Jovelho para Curtir o Lollapalooza

Meus 23 anos de experiência me deram bagagem suficiente para cagar essa regra de te dizer como fazer bonito neste findie semana.

Foto: Divulgação/I Hate Flash

Ei, carinha que mora logo ali! Você vai ao Lollapalooza? Que looooko! Eu posso não ser tão velho assim, mas meus 23 anos de experiência já me deram bagagem suficiente para te dar alguns conselhos para curtir a valer este festival tão bacana. São dez avisos breves pra você não pagar de cabação e fazer bonito neste fim de semana de muita diversão e alegria jovem. Prepare sua mochilinha, vá bem alimentado, providencie capa de chuva e um filtro solar. Não esqueça o casaquinho e leia os conselhos a seguir:

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1. Não confunda o Sensational Space Shifters com o Led Zeppelin.

Não duvido que tem muita gente achando que o Led Zeppelin é formado por Robert Plant e uns perdidos. Eu inclusive já ouvi tocar no rádio umas músicas do Led pra divulgar o show, mas sinto dizer que não é bem assim. A banda que acompanha o Plant desde 2012 é a Sensational Space Shifters e eles fazem um som que distoa um pouco da banda de blues rock roubado psicodélico favorita do seu pai. Aliás, em 2012 mesmo eles vieram para o Brasil para seis apresentações, e até chegaram a tocar um “Whole Lotta Love”zinho pra levantar o público, mas advirto: não espere ouvir "Stairway to Heaven" neste sábado.

2. Jogue um gato no palco do Smashing Pumpkins e observe a reação do Billy Corgan.

Foto: Divulgação

Estamos falando desde o ano passado que o Billy Corgan endoidou. Bom, aquela cara de Dr. Eggman sem bigode não nega, mas se você quer um exemplo, taí: ele montou o The Panopticon, um site precário que tenta funcionar como máquina do tempo, voltando à época que o Smashing Pumpkins era relevante — só que com muitas fotos de gatos. Inclusive, se o Smashing Pumpkins é a única banda que você curte nesse lineup, é capaz que você esteja no festival jovem antenado errado. Mas não desanime, deixe a página do The Panopticon aberta no iPhone e vai ficar tudo bem.

3. Não grite “Toca Raul” — até o Tico Santa Cruz já enjoou dessa piadinha.

Eu nem devia estar falando isso, na moral. Se você vai até o Autódromo de Interlagos, pegar fila, encarar uma muvuquinha de leve, torrar no sol, caminhar pra cacete e, na primeira oportunidade, soltar um “Toca Raul!”, cara, você deveria sofrer do mesmo jeito que você faz essas espinhas na sua cara sofrerem, seu cabação!

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4. Não filme o show de iPad.

Eu já não entendo as pessoas que usam um trambolho do tamanho de um saco de feijão pra tirar fotos (vide dimensões e peso acima). A tecnologia já evoluiu a ponto de uma câmera caber num chaveiro. No entanto, sempre tem um babaca que leva esta porra pro show e mira no palco pra filmar ou fotografar, criando um novo telão pro espectador de trás. Mano, se fosse pra eu ver o show através de uma tela, eu ficaria no conforto do meu sofá, tomando uma cervejinha e quiçá fazendo um churrasco, com a TV ligada no Multishow. Aviso aos zé ruela: também não pode entrar com pau-de-selfie. Aproveito a oportunidade para também sugerir NÃO REGISTRAR, INSTAGRAMAR, TWITTAR, POSTAR, CONVERSAR ou NAMORAR. Veja o show e fique de boas.

5. Você não é dono da grade.

Você pegou trânsito, enfrentou 26 horas em um ônibus, viajou 20 mil léguas submarinas, percorreu milhas e milhas antes de dormir (e nem cochilou), pra chegar cedão e acampar na frente do palco principal. VOCÊ MERECE UM CHUTE NA BUNDA. Se você não curte a banda que tá tocando, não atrapalhe o rolê de quem curte, carajo! Contribua para a vibe pacífica dos festivais e dê o fora daí.

6. Não veja as bandas pequenas (mas não por causa das bandas especificamente).

Foto: Divulgação

Tô ligado que isso pode soar ofensivo. Não tô dizendo que as bandas menores não merecem ser vistas. Ter a oportunidade de tocar num evento deste porte pode ser gratificante se o artista busca reconhecimento no mainstream. Mas não adianta fazer média, a gente sabe que a maioria do público vai a eventos desse tamanho para ver os headliners, e a atenção que as bandas menorzinhas recebem é equivalente a uma raspa da panela, o que não é muito legal. Fora que elas sempre são colocadas nos piores horários possíveis, sempre vítimas de duvidosas e surpreendentes falhas técnicas, aquele solzão do começo de tarde batendo erradásso no palco e etc. Se você quer prestar atenção nestes artistas, vá aos shows deles, veja mais de perto e pague mais barato. APOIE A CENA!!!

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7. Evite drogas no geral. Se você encher a cara de cerveja, vai ficar com vontade de mijar o tempo todo, e se não quiser enfrentar as filas gigantes dos banheiros químicos, vai querer dar uma aliviada num cantinho qualquer, correndo o risco de levar uma comida de rabo de um segurança (com razão). De outras dorgas, eu não preciso nem falar né? A Constituição Brasileira de 1988 diz tudo.

8. Evite cagar.

Cagar em festivais pode ser um problema tendo em vista a quantidade de gente (tanto sóbria quanto bêbada) que está sujeita a usar os banheiros. O THUMP tem um bom guia para isso. O que eu posso te adiantar é que seria melhor cagar tudo que você tiver que cagar no conforto de sua casinha.

9. Ignore o Three Days Grace.

2004 ligou e pediu “I Hate Everything About You” de volta.

10. Faça o show da Banda do Mar valer a pena dançando o Passinho do Romano.

O clipe de "Mais Ninguém" é basicamente a Banda do Mar imitando o Morrissey, enquanto um moleque de chuteira e boné pra trás faz os melhores passinhos da atualidade. Esse moleque é o Fezinho Patatyy, dono dos gambitos mais rápidos do Jardim Romano. Copiar os passinhos dele é uma boa e você com certeza vai se destacar naquele gramado cheio de hipsters com flores na barba.