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Música

As Melhores Bandas que Vimos no Melhor Festival Pesado do Mundo: o Roadburn 2015

O maior lance do evento é o espírito de reunir amigos num canto da Holanda por quatro dias pra ouvir um rock e claro, encher a lata de cerveja e descobrir uns ouros do metal.

Foto por JJ Koczan do The Obelisk

O Roadburn é inequivocadamente o melhor festival de música do mundo se você gosta das suas canções duras, pesadas, lentas ou estranhas. Altas doses de vibes de doom, psych e stoner ainda correm por suas veias, mas os últimos anos viram Walter — Sr. Roadburn em pessoa — e seus colegas aumentarem a aposta em novas e inesperadas formas do rock’n’roll bastardo; o lineup ficou mais escuro, mais pesado e mais malvado, mesmo que as pessoas trabalhando dentro e fora dos palcos pareçam estar em uma eterna competição para ser o mais tranquilo dos tranquilões. A edição desse ano foi insana; Enslaved, Fields of the Nephilim, Goblin, Wovenhand, Anathema, Eyehategod e Floor foram alguns dos grandes nomes no Roadburn 2015, mas como sempre, tinha muito o que descobrir além do palco principal.

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Você não vai ao Roadburn pela fúria em si. Sim, claro que você vai terminar em um bar depois das quatro da manhã, cheio de cerveja na cachola e cantando Iron Maiden a plenos pulmões, mas não é esse o ponto. Você vai ao Roadburn pela atmosfera — pelos amigos, diversão e pela a abordagem sem frescura de se jogar no rock que esse cantinho da Holanda serve durante quatro dias na primavera. Isso e, é claro, a música.

Eu tenho frequentado o Roadburn durante anos; a primeira vez que eu fui, eu só conhecia três pessoas e realmente só estava interessada em algumas bandas. Esse ano, eu mal pude andar um metro entre a 013 e Het Patronaat sem esbarrar em seis velhos amigos que eu imediatamente precisava abraçar, e tinha tantas bandas boas tocando que eu me metamorfoseei em uma bola de pingue pongue humana logo depois de entrar. Antes de ir ao Afterburner, o show de encerramento de domingo tradicionalmente mais tranquilo do Roadburn, aqui vão algumas apresentações que realmente se destacaram para mim.

THOU

Thou é consistentemente uma das melhores bandas de metal ao vivo, e quando removida de seus preferidos porões e clubes intimistas, brilha ainda mais claramente. Agraciado com o impecável sistema de som do Het Patronaat e com espaço para se espalhar, o grupo de (em sua maioria) Louisiana soou positivamente imenso, mas o melhor é ver o vocalista Bryan Funck assustar uma plateia de devotos do doom sob um teto que se eleva e janelas de vitral.

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SCOTT H. BIRAM

Roadburn sempre teve uma tonelada de grandes nomes e figuras lendárias a oferecer, mas minha parte preferida é o jeito com que eles escondem joias no lineup como ovos de páscoa. Scott H. Biram é minha nova descoberta preferida desse ano; seus riffs meio blues, voz áspera e bravata texana eram exatamente o que eu precisava para preparar meus ossos para mais quatro horas de doom.

SVARTIDAUDI

Svartidauði era A banda que eu queria ver esse ano (que, dado quantas bandas incríveis estavam tocando, deve significar algo!) e não apenas eles estava de acordo com as minhas expectativas extremamente altas, como pisotearam todas elas no caminho aos céus. A cena islandesa de black metal é a melhor do mundo no momento, e Svartidaudi são seus reis. Bom pra caralho.

PROFETUS

Tem um momento que chega em todo grande evento de música, quando você se encontra sozinha; seu telefone está morto, você perdeu seus amigos no bar, e você está cercada de estranhos. Por uma fração de segundo você, pensa, “eu quero ir pra casa”. Seu coração pesa, sua animação esvai… então você vê Jake, e Steph, e um cara com uma camiseta linda do Fistula, e percebe que você já está em casa. O maravilhoso hino fúnebre estremecedor do Profetus foi a trilha sonora linda e adequada para aquele frio momento logo antes de a diversão voltar. Continua abaixo

EYEHATEGOD

Eu vi Eyehategod tocar “Sister Fucker” em uma igreja. Senhor, tende piedade.

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KING DUDE

King Dude foi uma porra de uma revelação. Eu acabei de começar a gostar do maravilhosamente blasfemo folk apocaliptico de TJ Cowgill, e eu ainda estava agradecendo minhas estrelas da sorte quando fui capaz de presenciar sua apresentação no Het Patronaat, a ex igreja que o Roadburn usa como um templo para o riff de guitarra. Armado apenas com uma guitarra, um piano e uma voz que faria o capeta em si chorar, Cowgill tocou uma porção de favoritos dos fãs (eu ainda estou arrepiada com “A Little Bit of Baby Gonna Make Me Wanna Live Again”) e gracejava com a plateia entre uma canção e outra como um velho amigo de boteco.

SUN WORSHIP

Eu estava muito empolgada em ver essa banda alemã de atmospheric black metal ao vivo, e saí do show perfeitamente satisfeita. Em um inesperado momento de sincronicidade, a performance intensa e enxuta da banda passou a mesma vibe selvagem que o Wolves in the Throne Room passou quando eles tocaram no mesmo palco minúsculo anos atrás.

COLTSBLOOD

Existe um pedaço do noroeste da Inglaterra que é assustadoramente profícuo em nos dar rodada atrás de rodada de bandas de doom tão repugnantemente pesado que pinga e purula com ódio muito mal contido. Coltsblood pode ser o melhor da turma, e provou este ponto para uma platéia encharcada de suor completamente aglomerada no palco 01 do 013, batendo em onda após onda de distorção lenta e lodosa. Os aspectos daninhos do black/death metal em seu som aumentaram o caos, e nos deixaram completamente destruídos.

Kim Kelly mal pode esperar pelo próximo ano — até lá, mantenha sua companhia no Twitter: @grimkim