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Música

Conheça Catey Shaw: A Rebecca Black da Gentrificação do Brooklyn

Brooklyn já estava decaindo graças à proliferação descontrolada de lojas fedora, mas esse clipe apresenta tantos estereótipos horríveis que só podemos dizer que o distrito está morto e enterrado.

Bom, é isso. O Brooklyn está morto oficialmente. É doloroso pra mim dizer isso, já que essa vila ocupa um espaço tão querido do meu coração. Meus avós se conheceram, se apaixonaram e se acomodaram aqui, depois da Segunda Guerra Mundial. Meus pais uniram seus genes e me fizeram no Brooklyn. Mas nos últimos anos, muitos fatores empurraram o Brooklyn pra beira do abismo da pretensão – Lena Dunham e seu programa insuportável sobre si mesma, as festinhas nos lofts de Bushwick, os condomínios luxuosos e multimilionários de Williamsburg, os passeios turísticos, e a proliferação descontrolada de lojas de fedora (sério, a gente não precisa de mais chapéus). Mas pra acabar de piorar, chega a Catey Shaw com seu novo som, “Brooklyn Girls”.

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“Brooklyn Girls” é basicamente o “Friday” da Rebecca Black como gentrificação do Brooklyn. Cada pedaço desse clipe é um estereótipo zuado dos piores elementos de Brooklyn, como uma fraude de três minutos e meio. Mostro agora os maiores clichês da fita:

A estação Bedford L! Onde todo mundo fica fumando cigarros eletrônicos em trens abarrotados sentido Manhattan.

Um robusto cachorrão de raças misturadas. Ele bebe água na tigela de um jeito muito cool.

Tênis pendurados nos fios! Tão #urbano!

Alguém que parece a Lorde!

Os Nets! Eles estão no Brooklyn agora e jogam beisebol ou algo do tipo. Selva de concreto onde os sonhos se realizam!

Festinhas espontâneas no quintal! Acontece toda hora no Brooklyn! E elas sempre têm esses pisca-piscas! Põe no Instagram!

Grafitti!

Diversidade!

Esse vídeo meio que me faz desejar um novo Son of Sam pra lavar a vizinhança desse tipo de merdinhas. Não estou dizendo que eu apoio um assassinato em massa, mas se pelo menos três babacas com as contas de Instagram cuidadosamente analisadas de repente amanhecerem com a boca cheia de formiga, e isso resultar em 10 mil recém-formados do Meio Oeste decidindo se mudar pra LA ao invés de Williamsburg, não seria a melhor coisa? Eu acho que sim. Fique esperto, o Assassino do Filtro Valencia está rondando por aí.

Dan Ozzi é um bairrista que vive no Brooklyn, onde muitos cuzões vivem - @danozzi