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Música

Como Era a Música 20 Anos Atrás?

Caso você ainda não saiba, a VICE completa 20 anos em dezembro. Enquanto damos uma olhada no passado, começamos a pensar “como era a música em 1994?”.

Caso você ainda não saiba, a VICE completa 20 anos em dezembro. Enquanto damos uma olhada no passado de nossa veterana publicação-mãe, começamos a pensar “como era a música em 1994?”. Alguns de vocês provavelmente ainda nem tinham nascido e o resto tinha acabado de se cagar. Então, para fins de #conhecimento, fica aqui uma baita lista de que caralhos estava rolando 20 anos atrás na música. (Fica tranquilo: era massa.)

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•Todo mundo usava flanela e vestidos tipo babydoll e Dr. Martens e pegavam pesado no delineador.

•Varg Vikernes era um homem livre (apesar de que definitivamente ele já era um cuzão).

•Se você fosse uma adolescente estaria ovulando com Jordan Catalano em Minha Vida de Cão mesmo ele não sabendo ler e mal conseguindo verbalizar o que pensa, e a primeira vez que você ouviu Ramones foi quando o Frozen Embryos gravou um cover de “I Wanna Be Sedated”.

•Essa galera toda tinha cabelo: Billy Corgan, Tim Armstrong, Ian Mackaye (mais ou menos).

•Aparentemente os editores do Noisey Dan Ozzi e Kim Taylor-Bennett estavam fazendo a mesma coisa de hoje, acendendo velas e incenso e então assistindo a um VHS copiado da TV do acústico do Nirvana, em prantos, descontroladamente.

•Pulp Fiction saiu e os caras passaram a usar camisas havaianas sem nada de ironia, as meninas começaram a cortar seu cabelo à la Cleópatra, e todo mundo começou a cheirar quilos de cocaína e dirigir por aí louco de heroína e atirando na cara dos outros sem querer. Brinks. Mas todos começamos a curtir Dick Dale e dançar feito Mia Wallace versus Vince Vega. E o mais importante: a trilha sonora do arrasa-quarteirões curada por Tarantino era tão relevante quanto as frases de efeito que ainda falamos hoje. Você acha que o Baz Luhrmann teria se esforçado tanto com a trilha de Romeu e Julieta dois anos depois sem o Quentin ter arrebentado em 94? Não. Valeu Tarantino!

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•O termo hipster como o conhecemos não existia. O que pegava era a Geração X e os inimigos culturais coletivos ainda eram os yuppies. (Assista à Caindo na Real para compreender melhor a cultura em 1994. Obrigado Ben Stiller por ter apresentado toda uma geração à “My Sharona”, do The Knack).

•Se você queria ouvir uma música, teria que esperar por horas no rádio com o dedo pairando sobre o botão de gravar, esperando que tocasse “Say It Ain’t So”. Suas fitas da época contavam com um DJ falando entre um som e outro.

•O clipe de “Blind” do Korn chegou na MTV, mas ninguém deu a mínima pro nu-metal até alguns anos depois… E então já era tarde demais. O Ozzfest foi criado no próximo ano, e logo depois, porque não existe justiça nesse mundo, Fred Durst e seu boné imbecil estavam a caminho do estrelato.

•Lembra daquela vez que a Lisa “Left Eye” Lopes do TLC surtou pra cima do namorado e tacou fogo nos sapatos dele, causando um incêndio por toda a mansão? Rapaz.

•Se você queria assistir a um clipe, teria que acordar cedo e assistir a reprises e também ao programa do Matt Pinfield.

•Sem celulares, você teria que avisar pro seu amigo te encontrar na porta do pico lá pelas 21h, e se não tivesse ninguém lá, bem, boa sorte!

•Você provavelmente ganhou um Discman de aniversário e logo percebeu que era uma bosta porque o CD pulava sempre que você andava, pior ainda se levasse pra rua, então você voltou a usar um walkman na caminhada até a escola.

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• O Outkast estava lançando seu disco de estreia, Southernplayalisticadillacmusik, fazendo com que a cidade de Nova York passasse mais dez anos incrédula de que rap bom poderia sair de Atlanta.

•Nascia Portisho trip hop! O Portishead lançou Dummy, que virou a trilha sonora de tudo que é tipo de desventura sexual escrota movida à maconha.

•Williamsburg ainda não havia sido descoberta pelos colonizadores.

(Este livro aqui)

Foi lançado O Rei Leão, ou seja, nascia o “Ciclo sem Fim” [“The Circle of Life”] de Elton John.

•O Rammstein se formou nesse ano e seguiu sua verdadeira vocação: empolgar góticas de menor, homens de negócios intrigadíssimos que estavam no armário, e enfurecer assistentes de palco por todo o mundo.

•Gwen Stefani completou 25 anos e continuou com essa idade pra sempre.

•Se você morava no Reino Unido em 1994, haviam grandes chances de que você estivesse chapando absurdamente em alguma casa noturna de Brixton ao som de jungle, desenhando coraçõezinhos ao redor do integrante do Take That que você queria que fosse o pai do seu filho na sua cópia de Smash Hits ou ouvindo algo de grunge e pensando “Croydon é tão chuvosa quanto Seattle, então me identifico”. Mas havia uma facção de fãs britânicos de música que estavam de saco cheio dos EUA e do grunge e entre eles estavam Noel e Liam Gallagher, bem como Damon Albarn e Graham Coxon. O lançamento de Definitely Maybe do Oasis e Parklife do Blur em 1994 alteraram o panorama da música e deram vida às paradas britânicas. Daí todo mundo começou a se vestir como se estivesse em Quadrophenia (fãs do Blur), ou como um traficante com chapeuzinho de pescador que te meteria o pau se você olhasse pra mina dele (fãs de Oasis).

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•O clássico do black metal De Mysteriis Dom Sathanas, do Mayhem, era lançado pouco após o funeral de seu membro fundador e suposto fãzoca de techno, Euronymous, assegurando para toda a eternidade a posição da Noruega como lugar mais metal do mundo.

•Jeff Buckley lançou Grace, mas sejamos sinceros, ninguém deu bola até que ele morreu dois anos depois. Dito isso, este é um dos melhores discos dos anos 90. Não discuta.

•O Wet Wet Wet estava por toda a parte, em todo lugar, em qualquer canto.

•Os Beastie Boys lançaram o melhor clipe de todos os tempos para “Sabotage”, a única vez em que foi legal em usar Ray-Bans tipo aviador.

•A MTV era mesmo um lance?

•Passava Seinfeld na TV. Ninguém tinha que imaginar nada.

•Earl Sweatshirt nasceu. Assim como Justin Bieber. E Harry Styles. E Bobby Shmurda.

•Michael Jackson deu um cato na Lisa Marie Presley no palco do MTV Video Music Awards e deixou todo mundo bastaaaaaaaaaaaante desconfortável.

•Os caras do Green Day ainda não se pareciam com As Super Gatas.

•Illmatic ainda não era o melhor disco de hip hop de todos os tempos porque tinha acabado de sair, e seria cedo demais dizer que algo era o melhor de todos os tempos, ainda mais quando era novidade, saca?

•O mesmo vale para Ready to Die.

•Revistas.

Tradução: Thiago “Índio” Silva