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Música

O Biel É o Justin Bieber Transante do Funk Sedução

Açúcar o caralho, a mamãe desse menino passou pimenta nele.

"Açúcar o caralho, a mamãe me passou pimenta". É, rapaz. A única coisa de ingênua que o Biel tem é a cara de Justin Bieber. Porque, de resto, o menino é pura ousadia. Com apenas 19 anos, ele é o mais novo nome do "funk sedução" e faz um puta sucesso nas redes sociais (só o

Instagram

dele tem mais de 1,8 milhões de seguidores e o

Twitter

, 280 mil). Mas também, não era para menos. Ele usa e abusa do jeito "muleque-piranha" em cada selfie e cada tuíte que posta, atraindo muitas (e "muitos") fãs.

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Nascido em Lorena, no interior São Paulo, Gabriel Marins, antes de ser o "Biel", foi dançarino de freestep e modelo – e assim começou a fama do menino. Depois que assinou com a Warner, ele abandonou o "MC" e o ostentação para lançar um EP digital pela gravadora. Agora, morando em Mogi das Cruzes, ele já foi até proibido de entrar em dos shoppings da cidade para evitar a agitação causada pelos verdadeiros "rolezinhos" que são os encontros da "Família Baladeira" (nome que recebe a sua fanbase).

De tímido,

Biel não tem nada.

L

ogo que começamos a conversar pelo telefone, ele mandou um "Oi, Bia! Nossa, quanto tempo!", na maior intimidade. Mas já era de se esperar esse comportamento saidinho vindo do d

ono de trechos como

“Nada tem sabor depois que prova do Biel”, do hit "Demorô",

e de alguém que tuitou abertamente sobre seus sonhos eróticos com a Miley Cyrus e com a Ariana Grande.

Continua abaixo…

Noisey: Como que aconteceu isso de você virar cantor?

Biel:

Quando eu tinha 16 anos, escrevi uma música e mostrei para uma galera, numa roda de amigos em Lorena, na cidade que eu morava. Todo mundo se amarrou. Mostrei para o meu pai e ele me levou para tocar na boate de um amigo dele. Daí, resolvi gravar e recebi o apoio de todo mundo. Tudo começou assim.

E como é ter 19 anos e lidar com esse sucesso louco de repente?

Eu assumo que não me acho maduro o suficiente para administrar tudo isso. Tanto é que meu pai me ajuda muito. Ele administra a minha vida, praticamente. Ele que faz compra lá para casa, ele que faz tudo. Tem a minha babá, que cuida de mim desde quando eu nasci.

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Você tem uma babá?
Tenho! Eu levei ela lá para casa, mora comigo. Aí, nos dias da semana, ela cuida de mim lá. Nos finais de semana, que geralmente eu trabalho, ela volta lá para a cidade dela, que é onde eu morava também, Lorena, para cuidar das filhas dela. Mas, é uma loucura, eu estou me acostumando ainda. Cada dia, é uma coisa nova que eu aprendo. É um aprendizado constante, né. Você estudava? Deixou de estudar?
Eu terminei o ensino médio. No terceiro ano, eu fiquei de recuperação pela primeira vez. Eu era um bom aluno, por incrível que pareça [risos].

Sério?
Sim! Até ia fazer Medicina, que era a vontade dos meus pais e era a minha também, um sonho de criança até. Quando tudo isso [a carreira musical] começou a evoluir, começou a aparecer compromisso aqui, compromisso ali, aí as coisas começaram a ficar mais complicadas. Passou um tempo, meio que o desempenho na escola piorou um pouquinho, mas nunca deixei os estudos de lado. Tanto é que eu tive várias conversas com os meus pais, explicando tudo o que estava acontecendo, e eles me ajudavam a tomar as minhas decisões. Até que resolvi, no meio do terceiro ano, que não ia mais prestar vestibular para Medicina. Cancelei a inscrição e decidi prestar Administração, porque meu pai tem uma empresa de eventos, som, luz, palco, tudo mais. Se nada desse certo, ia seguir com a carreira dele. Ele apoiou totalmente. Prestei o vestibular e passei em 4º lugar. Comecei a fazer, até. Fiz três meses de faculdade, mas antes de começarem as provas, eu saí, porque não deu mesmo. Começou a aparecer show, compromisso importante, então optei pela saída.

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Saquei. Qual foi o seu primeiro contato com o funk ostentação?
Há dois ou três anos. Quando eu comecei, era o que estava em alta. Até se você ouvir as minhas quatro primeiras músicas, elas são total ostentação. As três primeiras, que foram antes de “Pimenta”, não bombaram tanto. “Pimenta” deu um estouro e me levou a começar a fazer show e tudo mais. Só que eu tinha soltado só o áudio.

E qual foi o primeiro clipe?
Lancei “Tô Tirando Onda” com um vídeo e ele acabou saindo num canal forte de funk na época, onde estava saindo todos os hits de ostentação. Depois disso, eu pensei: “Opa! Vou tentar ganhar nome com isso”. Daí, soltei o clipe de “Pimenta”, que eu gastei 100 reais, para você ter noção. Foi muito básico, eu juntei só alguns amigos ali e fiz. Os dois clipes ajudaram muito para eu me lançar. O ostentação me ajudou a ficar conhecido, para depois eu cantar o que quisesse.

Por que você deixou de lado o ostentação?
Faz tempo que eu larguei o ostentação. Usei mais só para ganhar espaço. Eu não vivia aquilo que eu cantava nas músicas. Se for para cantar só mesmo o que você tem, quem cantaria esse funk seria só o Eike Batista. Nem ele hoje em dia, né.
Nem ele [risos]. É que eu não me sentia bem cantando isso, por mais que fosse a onda do momento ali. Mas foi assim que consegui impor o meu estilo de música, que chamam de “funk sedução”. É um lance que não é nem ostentação, nem putaria propriamente dita. Com “Boquinha, “Pimenta” e “Demorô”, canto uma sensualidade sem ficar muito explícita, nem muito escrachada.

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É essa linha que vai seguir o seu EP?
A gente vai seguir todas as linhas, na verdade. Eu ouço de tudo. No meu carro e nos meus shows, canto de tudo. Reggae, sertanejo, pop, funk. A gente optou até em tirar o MC porque o MC é uma sigla que direciona muito o trabalho a um público só, que é quem gosta de funk. MC é quem canta funk. No meu disco que vai vir agora, vai ter reggae, música romântica, pop. Eu não sou MC, né. Estamos fazendo um trabalho eclético, então não tem porque eu me direcionar para um grupo de pessoas só.

Você falou que ouve de tudo. O que você escuta?
Escuto de tudo. Racionais, bastante. A filosofia que eles passam nas músicas me ajudaram a construir muito quem eu sou hoje. Tem muito deles em mim. Mas também escuto Jorge e Mateus, Henrique e Juliano. Gosto bastante de sertanejo. Funk muito, lógico. Ludmilla, Guimê. Ouço Djavan. Tudo o que você possa imaginar. Meu pai foi DJ nos anos 80/90.

Então seu pai que te levou para o mundo da música…
É, eu tenho isso dentro de mim. Não tenho muito para onde correr. Gosto bastante de tudo.

E de internacional, o que você curte?
Eu curto muito o Wiz Khalifa, o Lil Wayne, Justin, Skrillex, Calvin Harris, Ed Sheeran. Ouço muita coisa lá de fora.

Como que está o assédio das fãs?
Eu provoco muito. Mas acho que é uma forma de elas demonstrarem carinho, querendo ou não.

Provoca como?
Ah, é uma loucura. Eu gosto de mostrar o tanquinho. Daí, nos shows, acabo perdendo roupa, sou arranhado. Mas é legal, não vou reclamar disso não. E ainda te comparam muito com o Justin Bieber?
Ainda fazem bastante. Eu sou meio suspeito para falar porque gosto muito do trabalho dele.

Você foi no show dele no Brasil?
Fui sim, quando teve no Anhembi. Ser comparado com um cara que eu sou fã é bem legal, por mais que seja só fisicamente. Eu não forço isso. Foi uma comparação meio natural.

Quando que começaram a te comparar com ele?
Desde quando eu dançava, antigamente. Eu tinha o cabelinho e jogava também meio que de lado, daí a galera já começou a falar meio que naquela época. Hoje em dia, que tô aparecendo mais na mídia, isso virou uma bola de neve. Para finalizar, tem alguma coisa que você queria falar?
Tem, que eu te amo muito [risos].

Olha, a gente ficou sabendo que você tem uma queda pela Miley Cyrus.
Eu tenho sonho erótico com ela todo dia [risos].

Você gosta do trabalho dela?
Ela tá muito louca agora. Gostava mais no ano passado, quando ela lançou “23” e “We Can’t Stop”. Até nessa época, eu tinha muito desejo por ela. Agora, não sei. Acho que ela podia voltar a ser a Hannah Montana, né?