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Música

As Várias Facetas Musicais da Norma, de 'Orange Is the New Black'

Antes de interpretar a detenta muda da Penitenciária de Litchfield, a atriz Annie Golden já foi vocalista de punk, estrela do pop e artista da Broadway.
Emma Garland
London, GB

Annie Golden cantando com o The Shirts em 1979

Existe um lance mais #throwback do que descobrir que uma das personagens principais da sua série preferida foi uma cantora de verdade? Não, não existe. Especialmente quando essa personagem é a Norma Romano, a senhorinha muda de Orange Is the New Black, e a sua carreira na música passou mais décadas e gêneros do que uma jukebox de boteco.

Ano passado, sites como Spin e Mashable publicaram que Annie Golden, a atriz que interpreta Norma, já curtiu muito a fama como uma cantora punk dos anos 70 e uma artista pop dos anos 80. Mas se você der uma olhada na trajetória de sua carreira em geral, é um negócio muito louco. Ela já apareceu no TOPPOP, no David Letterman, na Broadway e sua banda The Shirts abria os shows do CBGB direto. Isso seria incrível mesmo que a personagem dela fosse incisiva como, por exemplo, a Taystee ou o Pornstache, mas o fato de ser a Norma – NORMA, a muda com os olhinhos tristes e um complexo de Deus, faz essa história ficar muito melhor.

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Então vamos dar uma breve olhada nesse histórico musical sensacional da detenta mais quietinha da Penitenciária de Litchfield, porque você não vai ler aquele textão de 3000 palavras sobre as potenciais consequências da crise na Grécia que tá aberto no seu tablet desde ontem – você realmente achou que dava pra terminar isso num domingo à noite? É, achei que não.

Continua abaixo

1978: THE SHIRTS

Ok, *ALERTA DE SPOILER* se você não passou o último fim de semana colado na cadeira assistindo à terceira temporada de OITNB igual um cachorro olhando o frango assado girar no forno da padaria como eu fiz. Mas dá pra ver de onde Golden tirou a inspiração pra interpretar uma integrante de um culto hippie estranho e com uma vibe meio Charles Manson. Os primeiros dez segundos já são tão psicodélicos que daria sensação de nostalgia até numa criança dos dias de hoje, mas dá pra ver qual direção ela tomou musicalmente falando. Tem alguma imagem que representa melhor os anos 70 e 80 do que uma moça que parece um membro expulso do The Mamas and the Papas mascando chiclete igual um chefão?

1979: THE SHIRTS 2.0 - VERSÃO PUNK

Só levou um ano pra que aquela anti-social mascadora de chiclete acelerasse tudo. Sua banda – se é que realmente são os mesmos caras – dispensaram os óculos de Elton John e as camisas com gola grande em troca de peças de brechó, enquanto Annie… Minha nossa senhora do punk. Com uma voz igual a da Kathleen Hanna e dancinhas como as da Karen O, essa é a era de ouro da Golden, na minha opinião.

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1984: A MUDANÇA PARA O POP

Imagina você falando sobre esse vídeo numa reunião. Tipo, “é, a gente quer que se pareça com a Cyndi Lauper reinterpretando ‘Batdance’ do Prince pra usar num comercial de cereal”. Pelo jeito isso funcionou muito bem, já que é a canção mais famosa da carreira de Golden, e eu tenho quase certeza de que a Katy Perry deu uma chupinhada nessa ideia pro clipe de “Last Friday Night”.

1985: AO VIVO NO DAVID LETTERMAN

É a mesma música do último vídeo, só que cantada ao vivo e ela tá com um cabelo bem, bem melhor.

1985: BROADWAY!

A essa altura, Annie Golden era famosa o suficiente pra aparecer em produções da Broadway interpretando “ela mesma”. Aqui ela faz parte do Leader of the Pack, um musical jukebox feito antes do termo existir, celebrando a vida e obras da estrela dos anos 60 Ellie Greenwich (que também interpreta ela mesma).

2012: O 5º ESPETÁCULO DE NATAL DO JOE ICONIS

Não faço ideia do que seja “O 5º Espetáculo de Natal do Joe Iconis”, mas eu queria mesmo conhecer essa porra porque olha isso. A Norma dos dias de hoje desceu como o anjo Gabriel, se o anjo Gabriel usasse colete de couro, cantasse “Have Yourself A Merry Little Christmas" do Kurt Nilsen como ninguém e apontasse pra si mesma quando diz “dias dourados”. De agora em diante todos precisamos apontar pra nós mesmos quando dizemos “dias dourados”. Se o rosto dela aparecesse numa torrada na vida real agora, eu provavelmente me reapropriaria disso como ícone de devoção também.

2013: O ÚLTIMO EPISÓDIO DA PRIMEIRA TEMPORADA DE ORANGE IS THE NEW BLACK

Então chegamos em Orange Is the New Black, provavelmente um dos melhores seriados atualmente se não fosse pelo fato de que fizeram o impossível e deixaram as lésbicas de saco cheio da Ruby Rose. Esse é o único momento do seriado até agora no qual podemos ver a Norma de hoje quebrando o silêncio, e tudo faz sentido. Talvez na quarta temporada a Piper vai dar uma tattoo de chiclete do Misfits pra ela.