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Música

Apresentando o Artista Residente do Roadburn 2016: MisÞyrming

O festival holandês de metal só tem a ganhar colocando uma banda jovem como residente.

Em termos históricos, o Artista Residente do Roadburn geralmente é uma figura ou banda mais velha, já estabelecida, que passou décadas afiando suas habilidades e cultivando reputação mundial, mas não desta vez. Em 2016, o Roadburn abre as portas para uma nova e jovem banda que explodiu no cenário internacional com a força de uma bomba de nêutrons graças à sua visão cristalina e vanguardista, além da obra de qualidade impecável. Nascido na terra do fogo e gelo, o quarteto islandês de black metal MisÞyrming se juntará a nomes como Enslaved, Circle, Justin K. Broadrick (Jesu), Neige (Les Discrets, Lantlôs e Alcest) e The Heads, assumindo o título de Artista Residente do Roadburn 2016.

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Durante sua residência, o MisÞyrming fará três shows no festival. O primeiro, Algleymi, contará com a banda revelando esperadíssimas novas músicas. A segunda e mais transcendental participação, Úlfsmessa, seguirá a tradição que a banda iniciou no Eistnaflug Festival há dois anos, na Islândia, ao lado de membros da unidíssima cena em torno do selo especializado em fitas cassete Vánagandr. Acompanharão as bandas de drone influenciadas por black metal Naðra, NYIÞ e Grafir, em que o Misþyrming apresentará um show colaborativo, intenso e imersivo, com dez integrantes, o que reafirmará e redefinirá o compromisso de qualquer devoto à supremacia do black metal. O capítulo final de sua residência se dará com Söngvar elds og óreiðu, composta pela apresentação na íntegra de seu estremecedor primeiro disco.

A impressão que tenho de Úlfsmessa é de estupefação e reverência; sinto-me honrada por ter testemunhado duas vezes em sua terra natal e fico muitíssimo empolgada em partilhar de sua terceira encarnação e primeira vez fora da Islândia com o restante dos fieis frequentadores do Roadburn. Como escrevi em uma resenha do último Eistnaflug, “assistir a Úlfsmessa foi uma experiência verdadeiramente visceral – podia sentir o gosto do vinho, o cheiro da cera queimando, sentir o palco tremendo abaixo das minhas mãos e a distorção batendo meus ossos e os arrepios sempre que uma das figuras encapuzadas se aproximava. Foi assustador em sua beleza, e belo em sua feiura. O que eles criaram ali era cru, intenso e de gelar os ossos. Lembrou-me porque amo tanto o black metal, e me deu esperanças para o futuro de um gênero que muitas vezes se deixa apodrecer”.

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A própria estrela-guia do Roadburn, Walter, estava lá também – comentei com ele antes que se fosse pra ver algo no Eistnaflug, que fosse a Úlfsmessa. Quando nos encontramos depois para falar do show, estávamos ambos sem palavras. “É ótimo ver essa nova geração do black metal islandês explorando o gênero como deveria ser feito. Creio que o Misþyrming e aqueles participando da Úlfsmessa são o coração desse polo criativo”, explicou posteriormente. “Os shows do Misþyrming e a Úlfsmessa que vi na Islândia tiveram um efeito emocional profundo em mim e quis compartilhar isso com todos no Roadburn”.

A comunidade black metal islandesa é uma das mais fortes e interessantes do mundo, com o Misþyrming à sua frente. O que eles criaram através da música e dentro dos limites sagrados da Úlfsmessa é exatamente o tipo de arte musical criativa, honesta e rompedora de barreiras que o Roadburn busca apoiar, e seu envolvimento no festival deste ano não promete ser menos que lendário. Vocês foram avisados!

Os ingressos para o Roadburn já estão à venda. Aqueles dispostos a cruzar o Atlântico podem comprar ingressos para três dias aqui, quatro dias aqui, e só para o domingo aqui.

Com sorte Kim Kelly não está emocionada agora. Siga-a no Twitter - @GrimKim

Tradução: Thiago “Índio” Silva