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Música

Álbum de Família: MØ Mostra Suas Fotografias Antigas

Vasculhamos o passado grunge da MØ e trouxemos as melhores fotos de família.

Uma das nossas seções favoritas do Noisey é a Álbum de Família, em que um artista mostra sua evolução musical e de estilo, por que quem não adora olhar fotos vergonhosas, bonitinhas e (até agora) desconhecidas de quando eles eram crianças até o presente? É o #tbt definitivo: um passeio nostálgico pela memória. Enfim, a dinamarquesa MØ (se fala muuu) chamou nossa atenção pela primeira vez com “Glass”, o encontro perfeito entre Gwen, Lana, Grimes e Karen O. Enquanto isso, o seu disco No Mythologies to Follow é recheado do Scandi-pop animado mas timidamente cool que é a sua marca – de “XXX 88”, feita em parceria com o Diplo, ao brilho oscilante de “Don’t Wanna Dance with Nobody” (acima). Como descobrimos quando falamos com ela em 2013, o passado musical da MØ reserva algumas surpresas. Tipo, você nunca imaginaria, escutando No Mythologies…, que ela curtia grunge e depois se transformou numa adolescente punk – até ter uma queda forte pelo hip-hop. Isto torna a artista de 25 anos uma candidata perfeita para a Álbum de Família, e cara, ela vasculhou fundo no sótão e voltou com uma mina de ouro.

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MØ: Quando eu tinha sete anos, descobri as Spice Girls. Me apaixonei na hora e decidi que também queria fazer música. Isto se tornou meu objetivo e a coisa que eu mais queria no mundo. Então me fantasiei de pop star no Dia das Bruxas de 1996.

MØ com a família na Nova Zelândia.

Outra coisa que sempre amei foi a natureza, especialmente as montanhas. A razão para isto, eu acho, é que os meus pais sempre levavam eu e o meu irmão para escalar no norte da Noruega quando a gente era criança. Adoro a vida selvagem e o silêncio, te dá espaço para pensar. Esta é minha mãe e eu [acima, à esquerda]. Em vez de comprar uma televisão nova ou um carro grande, meus pais gastavam todo o dinheiro deles para nos levar para lugares novos e empolgantes. Na época, às vezes reclamávamos que nunca íamos para a praia para não fazer nada durante uma semana como todos os nossos amigos, mas adorávamos a empolgação dessas férias agitadas e, olhando em retrospectiva, fico MUITO feliz por ter tido todas essas experiências!

Nenhum dos meus pais é músico, então, nos anos 90, quando comecei a desejar minha futura carreira, foi meio complicado porque não sabia quem procurar. Para minha sorte, herdamos um piano (que obviamente ninguém na família sabia tocar na época), e um dos melhores amigos do meu pai é um excelente músico, então, quando ele vinha nos visitar, sentávamos no piano e ele me ensinava algumas coisas.

Eu e uma amiga fazendo playback dos Backstreet Boys. Fiz uns mil shows de playback nessa época – especialmente das Spice Girls, mas não consegui achar nenhuma foto disso, infelizmente.

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Aprendi a tocar piano e violão nessa época – tentando ser uma artista melhor. Esta sou eu com a minha prima mais nova, prestes a encenar um pequeno musical na sala de estar dos meus pais.

Então entrei na adolescência. Parei de escutar música pop, pintei meu cabelo de roxo, me juntei à cena anti-fascista local e comecei a tocar em bandas grunge. Esta foto aqui é de um dos primeiros shows da minha vida.

Bêbada, aos 16 anos, na primeira vez que fui ao Roskilde Festival. Meu maior sonho, nesta época, era algum dia tocar em um dos palcos desse festival.

As três fotos a seguir são da época da minha antiga banda de garotas de electro punk, MOR.

Uma noite fizemos tatuagens caseiras com tinta e agulha com o nome da banda umas nas outras, bêbadas na academia de belas artes em Odense, que frequentamos no mesmo ano. Nos divertíamos muito nessa época.

Esta é uma foto de um show que fizemos na nossa turnê alemã, no lendário squat Köpi, em Berlim.

A nossa banda durou cinco anos, de 2007 a 2012. Esta foto é de um dos nossos últimos shows, tirada por um grande fotógrafo amigo nosso, Fryd Frydendahl, em Nova York. Estávamos estagiando com a J.D. Samson e passeando pela cidade o máximo possível.

Fotos caseiras do meu começo como MØ. Na época, eu estava sempre falando palavrões e tentando fazer rap o tempo todo. Uma atitude pesada, alter egos, declarações políticas e trasheira. Era divertido.

As fotos a seguir são das minhas turnês como MØ, de 2012 até agora.

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O sonho se tornou realidade! Tocando no Roskilde Festival em 2013.

Café sempre te salva no dia seguinte de um show seguido de uma balada. Pegar voos cedinho que te levam a lugares novos todos os dias é duro, mas maravilhoso, e essa é a minha aparência quando estou em turnê no inverno.

Num mosh no festival Eurosonic, em Gröningen, em 2014!

Olhe só a cara de PURA FELICIDADE da MØ!

O momento mais louco da minha vida até agora aconteceu recentemente (meu Deus, ainda não acredito!). Recebi um prêmio muito prestigioso da rádio nacional dinamarquesa, e eles chamaram ninguém menos que a Melanie C, das Spice Girls, para entregá-lo para mim! Estava morrendo por dentro da melhor maneira possível. Foi como se nada fizesse sentido e tudo fizesse sentido ao mesmo tempo. As pessoas responsáveis pela cerimônia de premiação do “P3 Guld” fizeram a Sporty Spice viajar até a Dinamarca para entregar este premio para mim, e foi TÃO FODA!!! A Karen de sete anos teria chorado sem parar e morrido do coração. Mas os meus últimos pensamentos seriam cheios de orgulho. KKKK. Mas falo sério.

Kim Gordon é o meu maior ícone de estilo. Ela é a mulher perfeita: durona, talentosa, descolada pra caralho, sexy, andrógina. Ela representa tantas coisas legais, e ela e o Sonic Youth definitivamente me ajudaram a passar pelos anos difíceis da adolescência. Ela é o melhor exemplo de todos. Adoro o jeito sombrio dela, a sua originalidade, como ela é cool e incrível, a voz e o estilo musical e de se vestir dela. Ela é tão incríveeeeeel. Eu pareço uma fãzoca – tropeçando nas minhas palavras e me repetindo – mas enfim, é o que eu sou.

Kim é Editora de Estilo do Noisey. Ela está no Twitter - @theKTB

Tradução: Fernanda Botta