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Música

O Alambradas alçou voo pra fora do quarto em seu novo EP, ‘Cíclica’

A frontwoman e compositora Nicole Patrício apresenta linhas de piano e composições gravadas com a ajuda de um timaço do indie brasilis.

Foto por José Patrício

O Alambradas está criando asas. As melódicas canções de Nicole Patrício, a frontwoman da banda, já não cabem em seu quarto. O EP Cíclica, que você ouve antes aqui no Noisey nesta segunda (30), marca esta nova fase da vocalista, tecladista e compositora. Como uma mãe, Nicole acredita que seus filhotes sonoros não têm mais a mesma ingenuidade de antes e agora quer que eles se desenvolvam como música de gente grande mesmo.

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“Há uns 6 anos, eu gravava tudo como eu achava que era, sem me preocupar com corte, com efeito mal colocado, essas coisas. Conforme ia conversando com amigos que têm banda também, ia descobrindo o jeito deles gravarem, as placas, os softwares. Isso tudo ainda me dá um nó na cabeça; se eu for fazer, ainda não dá tão certo, mas consegui ter uma leve noção por conta disso”, conta.

Com ensolaradas linhas de piano e composições que variam entre português e inglês, o EP é uma revisão de sensações de épocas sortidas da vida de Nicole. “’Words/Gloves’ é uma versão madura de uma das primeiras músicas que compus na vida, e ‘Real First Step’ eu compus com o Bruno Vetz quando tínhamos entre 18 e 19 anos. Na época, eu escutava muita banda de fora e achava que minha música em português não faria tanto sentido. Acho que, conforme fui conhecendo e ouvindo mais bandas brasileiras, acabei sendo influenciada”. Para Nicole, o idioma falado é o que menos importa, porque a sonoridade pode expressar mais do que a mensagem propriamente dita: “Essa coisa da língua não é dos maiores obstáculos. Eu mesma escuto muita banda japonesa, mesmo sem saber um ‘a’ do que eles tão falando, e acho o instrumental incrível. Uma coisa puxa a outra, sabe? Se você gosta de determinada música, quer descobrir o que estão cantando nela.”

Nicole Patrício é uma entusiasta de música desde sua infância. De passagem por tediosos conservatórios, descobriu que aprender música em seu tempo podia ser mais divertido. Atualmente, seu tutor é o Felipe Faraco, tecladista de apoio do Jair Naves, mas ela sempre esteve em contato com instrumento, seja profissionalmente ou só de brincadeira: “talvez seja clichê dizer isso, mas nessas de ganhar um teclado de brinquedo quando era criança que a coisa toda começou (risos). Eu tirava música de ouvido, cheguei até a gravar umas K7s em casa com um monte de músicas improvisadas ou eu musicando um livrinho de contos de fadas. Fico triste por ter perdido elas com o tempo, essa é uma época em que eu adoraria escutar tudo de novo.”

Para gravar o Cíclica, Nicole contou com o apoio de bons amigos: Bruno Vetz para vocais de apoio, Lucas Felipe Franco na bateria, Mariana Yumi no clarinete, Rafael Carozzi nas guitarras e Victor Meira no baixo. O resultado pra ela é satisfatório e até alivioso: “Enquanto estava gravando, queria acrescentar um monte de coisa, um monte de gente, mas chegou uma hora em que pensei que não adianta emperequetar o disco com coisas que eu não conseguiria executar sozinha depois. Fui descobrindo quem realmente queria somar e todas essas pessoas são muito importantes pra mim, são gente que eu não quero perder contato nunca, nem ter relação meramente profissional. Então é um baita alívio”.

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