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Música

A Evolução do Flying Lotus

Dos bairros tediosos de San Fernando Valley, Flying Lotus deixou para trás um passado familiar de jazz e uma problemática vida escolar para se tornar um dos maiores compositores de beats na Costa Oeste.

Ilustrações por Dan Evans

Dos bairros tediosos de classe média de San Fernando Valley, Flying Lotus deixou para trás um passado familiar de jazz e uma problemática vida escolar para se tornar um dos maiores compositores de beats na Costa Oeste. Ele trabalhou e influenciou pessoas como Thom Yorke, Erykah Badu, Burial, Herbie Hancock, Kendrick Lamar, Mac Miller, Snoop Dogg, e Thundercat, ao passo em que digitalizava a soul music, era a mente por trás de paisagens oníricas conceituais, e inventava personagens endiabrados do rap.

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Foi apenas há oito anos atrás que ele estreou na cena com seu debut 1983, e desde então, cada capítulo de sua vida tem sido representado por um disco revolucionário. Então, como um viciado em desenhos animados e Nintendo se transformou em Flying Lotus? Passo a passo, observaremos a evolução do rei das batidas modernas de Los Angeles, que se apresenta em São Paulo na quinta-feira (2) dentro do S.U.B Festival. Vem com a gente.

UM CASO DE FAMÍLIA

Se alguém estava destinado ao sucesso, era o Flying Lotus. Nascido como Steven Ellison em 1983, ele surgiu neste mundo como sobrinho-neto da pianista de jazz Alice Coltrane e seu marido, o saxofonista John Coltrane (morto antes do nascimento de Steven), bem como neto da cantora/compositora da Motown, Marilyn McLeod. E, logo no começo, ele seguiu seus passos, tocando sax alto durante sua época de escola.

Em seu 15º aniversário, o primo de Steven lhe deu um groovebox Roland MC-505 e um amigo de escola lhe emprestou uma mixtape R.A.W. (escute abaixo) da cena drum and bass de Los Angeles. Seu panorama musical havia mudado, e um criador de batidas começava a surgir dentro do garoto.

Ao crescer em um subúrbio de San Fernando Valley (capital pornográfica dos EUA), o jovem Lotus lidou com uma juventude um tanto quanto alienada, cercado por uma comunidade de classe média que não dava lá muito valor à arte ou criatividade. No ensino médio ele começou a andar com os traficantes de ácido locais, e rapidamente ganhou a fama de drogadinho. A situação saiu de controle, e Steven foi enviado para uma escola para “viciados em recuperação” onde um ex-viciado em crack lhe deu aulas de Literatura. Durante uma entrevista concedida ao Village Voice em 2010, ele lembrou com carinho de seu primeiro dia na “escolar de viciados”:

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“Foi muito interessante, bicho. Eu estava cercado por todos os moleques esquisitões. Pense em todos os estranhos da escola da época, tipo aqueles góticos que eram viciadões, e aqueles moleques ruins que enchiam os outros de porrada, agora todo mundo tava de boa e se dando bem. Eu me sentia em casa. Pela primeira vez na minha vida eu pensava que tava tudo bem, esses caras vão ser meus amigos. Me diverti muito na escola depois daquilo.”

Mais tarde, ele ouviria as canções de sua tia ao lidar com a morte de sua mãe, percebendo como a música devocional da Tia Alice havia ajudado-a a lidar com a morte de seu marido John.

1983 E O CONTRATO COM A WARP

Depois daquilo, Ellison fez faculdade de cinema – notando mais a frente que isso o ensinou a fazer discos que contassem uma história – e os aspectos de lazer de sua vida lentamente foram se ligando ao hip hop (The Chronic, Doggystyle), Nintendo, quadrinhos da Marvel, e assistir ao Cartoon Network. Sua experimentação na composição de beats começou a render músicas originais, e quando ele compôs “Toilet Paper Nostrils” – uma música sobre pegar uma gripe horrível – ele percebeu que de repente tinha algum talento pra coisa. Deitado no sofá da casa de sua mãe certo dia, Lotus viu um anúncio no Adult Swim, do Cartoon Network, que pedia para as pessoas enviarem suas músicas. Ele mandou algumas, foi aceito, e Flying Lotus (uma alcunha inspirada em sonhos lúcidos) nascia então. Logo suas batidas obscuras estavam espalhadas por todo o canal, como nesta esquete de abertura de The Boondocks de 2006.

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Mas Steven ainda via a música como algo muito pessoal e privado. Isso até ele começar a frequentar e tocar em algumas boates que se tornariam precursoras daquilo que ganhou fama como a cena beat de LA. Ele disse ao XLR8R em 2008:

“Os desgraçados só ficavam ali pelo Little Temple, essa boate [em Silver Lake]. Era bacana ir lá em duas noites – uma se chamava Sketchbook, a outra era a Together. Direto você via caras como Carlos Niño, Ras G, Gaslamp Killer, Diabolic Dibiase, Georgia [Annie Muldrow], Daedelus, Coleman. Era uma competição de batidas! Ficávamos de rolê, e toda semana tínhamos algo de novo. Era tipo tarefa de casa pra gente. Acho que foi assim que a comunidade toda entrou nessa de batidas – esse lance do qual meio que faço parte.”

Ao mesmo tempo, ele estagiava no pioneiro selo de hip hop Stones Throw Records. Os dias se passavam nos escritórios do selo, e as noites na casa de sua avó, trabalhando naquilo que se tornaria seu disco de estreia, 1983. Este álbum (lançado pelo selo indie de LA Plug Research) foi um marco precoce de sua missão criativa eclética, forjando um hip hop de sonoridade comprimida, espacial, com uma pegada da Costa Leste que invocava tanto Madlib quanto Dntel, com samples que iam fundo no proto-synthpop japonês dos anos 70 e no som das harpas no jazz dos anos 60. Contava ainda com Laura Darlington, que se tornaria presença definitiva nos vocais de discos vindouros.

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O EFEITO WARP

Em fevereiro de 2007, Steven anunciou na Titan Radio de CSU-Fullerton que assinaria com a Warp Records, lar de artistas como Prefuse 73, Nightmares on Wax, Boards of Canada e Autechre. A esta altura, a noite Sketchbook havia chegado ao fim, substituída pela incomensuravelmente influente Low End Theory (flyer abaixo). Apresentada por Daddy Kev, contava com jovens habitués como The Gaslamp Killer, Kutmah, Busdriver, Nosaj Thing, Daedelus, e é claro, Flying Lotus. Los Angeles havia se tornado a incubadora de uma geração inteira de produtores talentosos.

Assinar com a Warp teve efeitos imediatos na música de Steven. O elenco predominantemente britânico do selo parecia fazer brotar uma subcultura tiete do Reino Unido, apresentando Steven a jovens criadores de batidas britânicos como Hudson Mohawke e Rustie, enquanto aparecia um elemento de ataque direto ao seu trip hop geralmente viajandão. Uma apresentação em um evento especial durante a Low End Theory mostrou isto, com um jovem Flying Lotus mandando ver numa pedrada boladíssima estilo Squarepusher, entre o drum’n’bass e o jungle.

Seu primeiro lançamento via Warp, Reset EP, deu ao seu novo público um gostinho dos grooves firmes e quebradas obscuras que lhe deram esta oportunidade. Com seu perfil em alta, ele decidiu tomar as rédeas pra si ao lançar seu próprio selo, Brainfeeder, para abrigar seus amigos (Samiyam, Ras G, etc) e unir uma porção ainda maior da cena beat de Los Angeles sob uma única categoria. Meses depois ele lançou a primeira grande declaração de uma carreira um tanto quanto barulhenta; o aptamente intitulado Los Angeles, seu segundo álbum de estúdio e o primeiro através da Warp.

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O disco capturava os abundantes estilos de sua cidade em 17 ótimas faixas que acenavam para a era de ouro do hip hop ao mesmo tempo em que introduziam fragmentos recalibrados de bass, techno, soul, e samples de sua tia tocando harpa. Ao mesmo tempo, o álbum fazia menção ao legado de J Dilla e dava uma grande declaração para a nova geração de LA. Ele disse em entrevista ao The Quietus em 2008:

“Eu adoro o Dilla, e quem sabe onde estaria esse negócio todo de beats sem ele. Sua ética de trabalho inspirou muitos produtores ao redor do mundo, mas quando ele mudou pra LA, parecia que sua presença ali inspirava todo mundo a se esforçar ainda mais. Se eu tivesse que descrever sua música, diria que é “soul music imaginativa”. Acho que a imaginação dele tem um apelo forte pra mim, pessoalmente. Dilla podia pegar um disco chato e te fazer sentir como se estivesse voando.”

MORTE E ESFORÇO

Em 2008 Ellison entrou em um período de hiperprodutividade, dando prosseguimento ao trabalho feito em Los Angeles com faixas colaborativas ao lado de Samiyam e Gonjasufi, um white-label limitado de remixes chamado Shhh! e uma série de EPs inspirados em Los Angeles. O terceiro da série (intitulado L.A. EP 3 X 3) marcava um novo estilo atmosférico em sua sonoridade. A faixa “Spin Cycles”, por exemplo, era uma sequência de música ambiente onírica conduzida por sons analógicos alterados, sem nenhuma batida à vista. Já “Endless White” servia como seu contraponto celestial.

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Ele também trabalhava em cima de seu terceiro disco de estúdio, mas este levaria mais de 18 meses para ser completado, já que a morte inesperada de sua mãe desencadeou um período que mudaria sua vida por completo. Intitulado Cosmogramma (capa abaixo), tornou-se um álbum completamente diferente: fantasmas do luto foram enxertados em seus equipamentos. Os bipes dos aparelhos de suporte à vida de sua mãe, ao lado de instrumentações grandiosas (Thundercat no baixo, Miguel Atwood Ferguson nas cordas, Rebekah Raff na harpa) e vocalistas (Thom Yorke, Laura Darlington) todos ajudaram a comunicar a linhagem musical espiritual da família de Ellison (o próprio Ravi Coltrane participa tocando sax tenor).

O premiadíssimo Cosmogramma era uma ode porradeira afrofuturista ao soul, hip hop, jazz, e IDM, mas com uma ênfase maior que nunca em uma mensagem lírica, tratando-se também de uma experiência de luto catártica. Seu lançamento consagrou Ellison como uma estrela eletrônica global, apesar de que notável e inexplicavelmente não ter lhe rendido nenhuma indicação ao Grammy.

BT, Chemical Brothers, Groove Armada??? are you serious??Grammys are a joke. FUCK YOU.

— FLYLO (@flyinglotus) December 2, 2010

Durante entrevista à Pitchfork em 2010, ele falou sobre o disco:

“Dar uma sacada no Trane um pouco por estes tempos me ajudou a entendê-lo melhor. O mesmo vale pro material da minha tia, foi algo que realmente ressoou em mim no ano passado, o quão importante aquilo foi. Levei pro lado pessoal. Consigo entender de verdade porque ela compôs o que compôs após John Coltrane ter morrido. Consigo entender porque ela estaria inspirada a fazer aquele tipo de música. Aquela sonoridade específica com aqueles instrumentos em especial fez sentido pra mim. Sinto como se ela estivesse enlutada através da música; compreendendo seu passamento. Sei que aquilo deve ter abalado o seu universo inteiro. Sei o que ela passou, entendo. Não sou o tipo de pessoa que foge de ligações com a família, somos todos muito próximos. Queria fazer parte daquilo.”

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A INFLUÊNCIA DO THUNDERCAT

Em seu colaborador Thundercat, vulgo Stephen Bruner, Flying Lotus encontrou uma espécie de alma gêmea. Os dois trabalharam juntos no EP Pattern+Grid World e na estreia de Thundercat, The Golden Age of Apocalypse. Thundercat tinha muito mais experiência em criar aquela atmosfera de banda ao vivo numa faixa, em oposição às batidas densas de Flying Lotus, e estes contrastes deram luz a um relacionamento criativo simbiótico que mudou ambos enquanto músicos. Tendo se orgulhado anteriormente de um show que havia sido uma série de batidas pulsantes e mutantes com um visual de prender a atenção, Flying Lotus decidiu então juntar os músicos que tocaram em Cosmogramma, montando assim sua primeira banda para auxiliar a mostrar o verdadeiro som daquele disco.

ATÉ O MURPHY CHEGAR

No intervalo entre Cosmogramma e seu próximo disco, Flying Lotus impressionou-se com a nova safra do rap fazendo barulho tanto na Costa Oeste quanto na Leste. Dada sua fascinação ao longo da vida diante do hip hop e também a falta de uma posição firme dentro do gênero, ele se inspirou em nomes como Odd Future (também aficionados pelo Adult Swim), A$AP Mob, Spaceghostopurrp, e Shabazz Palaces para soar mais direto. Logo ele estava trabalhando na produção do ep Untitled, de Hodgy Beats, integrante do Odd Future. Enquanto trabalhava com Hodgy, ele teve um momento de iluminação no rap, devidamente compartilhado com o Pitchfork:

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“Lembro do momento específico. Não falei a ninguém sobre isso e estou feliz mesmo de falar com vocês sobre isso. Pareceu algo tão importante pra mim, num nível pessoal. [O Odd Future] me mostrou aquela OF Tape Vol 2. e então perguntei a eles, ‘Ei Hodgy, quanto tempo você levou pra gravar essa parada? Quanto tempo você levou pra compor essa música?’ ‘Ah nêgo, foram uns 15 minutos.’ 15 minutos? Cê tá de zoeira? E eu disse ‘Ah mano, vou entrar nessa.’

Ellison viu um novo caminho se abrindo, e não demorou para que o seu Mr. Hyde do hip hop se manifestasse como um projeto completo. No decorrer do verão de 2012, o Captain Murphy faria algumas aparições, sempre trajando uma capa dourada e usando uma máscara para esconder sua verdadeira identidade.

UMA JORNADA ADENTRO DO MUNDO DOS SONHOS

Por trás de portas fechadas, porém, seu quarto disco, Until The Quiet Comes, estava praticamente pronto. Um ano antes, Ellison havia trabalhado junto com o Ann Arbor Festival para fazer a trilha ao vivo de uma animação surreal e avant-garde dos anos 50 chamada Heaven and Earth Magic (ilustrada abaixo), e a sua fascinação com estados oníricos seguiu neste álbum.

Sentindo que agora ele tinha ainda menos a provar, Ellison aproveitou a oportunidade para explorar sua sonoridade, tomando providências para criar um disco muito diferente. Ele fez aulas de piano para aprender mais sobre acordes e progressões, estudou refrãos melódicos, e revisitou obras inacabadas de sessões com Thundercat, Burial, e Samiyam em busca de uma forma de criar a trilha para seus conceitos de outro do mundo. Na época, ele explicou para a Pitchfork:

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“Quando comecei a trabalhar nele e fazer esboços, eu estava curtindo muito a ideia de fazer um disco para crianças. Digo, eu queria mesmo fazer algo que tivesse esse quê de inocência. Não tem nada a ver com ser ingênuo, mas sim explorar esta sensação de ouvir as coisas pela primeira vez. Tava numas de meditação e estados místicos e essas porras, o que me inspirou muito, muito mesmo. Imaginei um mundo inteiro que você não poderia ter imaginado antes e ser completamente inocente. Estes são os tipos de imagens que vejo. É algo jovem, mas não de criança, mas sim as partes jovens de você ganhando vida pela primeira vez.”

Until The Quiet deu prosseguimento a sua duradoura relação criativa com Thom Yorke, do Radiohead, bem como Johnny Greenwood, Niki Randa, Erykah Badu, Laura Darlington, e é claro, Thundercat. O trabalho todo foi capturado em um curta de Kahlil Joseph.

O DESMASCARAR DE CAPTAIN MURPHY

No final de 2012, menos de dois meses depois do lançamento de seu último disco, um website começou a circular pela rede: www.captainmurphy.xxx. A imprensa especulava a identidade do rapper (Ellison? Tyler, The Creator? Earl Sweatshirt?), mas ninguém tinha a resposta certa. O site hospedava Duality, um tipo de curta/mixtape de 34 minutos, composto por material novo e faixas de Murphy que haviam vazado durante todo o verão.

Os fãs mas ardorosos logo ligaram os pontinhos, reconhecendo alguns dos momentos instrumentais como decididamente de Flying Lotus, e logo ligaram a alcunha Captain Murphy a um personagem de mesmo nome do desenho Laboratório Submarino 2021, que passava no adorado Adult Swim de Ellison. Inicialmente, ele desejava permanecer anônimo, e sentiu-se forçado.

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Sinto como se as pessoas tivessem me obrigado a dizer quem eu era”, declarou à Pitchfork. “Elas me fizeram revelar a porra da minha identidade. Tinha gente dizendo ‘Ah, você não devia ter feito isso. Tinha que ter continuado’ e eu respondia, não, bicho. Todos vocês cretinos fazendo sites e essas merdas sobre quem eu sou me levaram a isso.”

Ao passo em que a produção de Duality era típica para Lotus, o estilo de rimar filtrado de Murphy mostrava uma nova perspectiva a respeito dos talentos de Steven, combinando referências a desenhos animados e a vida no vale do pornô, bem como a sua carreira como produtor, tudo de forma profunda e frenética. Não seria a última vez que ouviríamos falar de Captain.

PARA SAN ANDREAS E ALÉM

Uma obsessão de uma vida inteira com o game Grand Theft Auto fundiu-se com a presença de Flying Lotus como produtor, em abril de 2013, quando foi convidado a ser o curador de uma estação de rádio e atuar como DJ dentro da próxima sequência da série.

"Eu dirigia por aí ouvindo OutKast e Aphex Twin em Los Angeles, e tenho minhas próprias experiências nas áreas que foram recriadas dentro do jogo ", disse à Pitchfork. “Eu sei como é aquilo. Sei como é ouvir Aphex Twin dirigindo pela praia. Eu entendo, e é demais pensar que alguém mais pode pensar assim também. Fiz isso para essas pessoas.”

Depois disso veio o que provavelmente é o período mais quieto no Planeta Lotus desde que ele lançou aquele disco de estreia oito anos atrás. Finalmente, neste mês de julho, o próximo capítulo foi anunciado: uma peregrinação xamânica rumo ao psicodélico desconhecido da vida após a morte conhecido como You’re Dead, destinado a invocar ainda mais de seu passado musical antes envolvendo hip hop, prog, rock e jazz.

Steven modernizou o hip hop instrumental, tornando a criação de batidas em uma arte emocionada, processando digitalmente a essência do soul. Tanto com o lançamento de You’re Dead e um novo disco do Captain Murphy previstos para outubro (prévia abaixo), o próximo capítulo pode ser o maior até então.

Tradução: Thiago “Índio” Silva