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Música

Os cadernos do Lloyd Cole estão sempre preenchidos com coisas novas

Falei com ele a propósito do novo disco.

O mais recente disco de Lloyd Cole,

Standards

, deu a conhecer uma versão mais electrificada do gajo dos Commotions. Mas querem saber o que é mais extraordinário no meio de tudo isto? A gota de água para este inglês decidir avançar com um novo álbum foi, precisamente, o

Tempest

de Bob Dylan. Há uns tempos, passaram-me o telefone para as mãos para falar com o Lloyd e quando isto acontece não se pode desperdiçar a oportunidade.

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VICE: Segundo o que li, decidiste gravar o Standards depois de ouvir o Tempest, certo?

Lloyd Cole:

Bom, o

Tempest

não foi a única razão que me levou a gravar o

Standards

. Mas ouvir o álbum e perceber o que um músico com mais de 70 anos é capaz fez-me pensar que, se calhar, estava na altura de avançar com algo novo. O disco em si não traz grandes novidades em relação ao estilo a que Bob Dylan já nos habituou, mas algumas das músicas são fantásticas. Portanto, pensei: “Ok, talvez deva tentar.”

Boa! E quanto às músicas do Standards, já tinhas alguma coisa nos teus cadernos quando as decidiste gravar?

Tenho sempre os meus cadernos preenchidos com coisas novas. Não tens de estar sempre inspirado, mas quando tens uma ideia podes sempre apontá-la e trabalhá-la mais tarde, quando te apetecer.

Este álbum é extremamente eléctrico. Porquê esta decisão quando és mais conhecido pela tua vertente mais acústica?

Senti que as músicas estavam a pedir-me um enquadramento mais rock. Quando estava a trabalhar o

Standards

, talvez estivesse cansado desse enquadramento meramente acústico e quis trabalhar outas áreas. Há uma guitarra eléctrica, mas também há acústicas, piano e sintetizadores. Foram apenas as músicas que me indicaram o caminho a seguir.

Revelaste que querias um álbum que com um som, acima de tudo. Podes explicar melhor?

Sim, queria um disco que tivesse um som. Caso contrário, seria apenas um conjunto de canções. Não quero fazer canções desconexas, mas sim trabalhos com uma unidade, um todo. É só isso.

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Ouvi dizer que as canções deste disco te fizeram sentir como um rapaz de 20 anos…

Quando toco, nunca penso na minha idade. Só penso nela quando me olho ao espelho. O que queria dizer é que sinto o mesmo que sentia há 20 anos.

Quando lançaste o Broken Record, pediste a ajuda dos teus fãs para o gravar. Considerarias fazer isso outra vez?

Estou muito grato pela ajuda que os meus fãs me deram naquela altura, mas acho que não pensaria em fazer algo do género outra vez. A experiência foi um tanto ao quanto difícil. Não, apesar de estar grato, acho que não farei essa proposta outra vez.

Como foi trabalhar com o Hans Joachim Roedelius?

Nós trabalhamos juntos, mas em separado. Compreendes? Não estivemos propriamente a trabalhar os dois em estúdio. Enviávamos ficheiros um ao outro para os completarmos, mas a experiência acabou por resultar muito bem.

Certo, compreendo. E olha: depois do Standards o que pensas fazer? Mais projectos na calha?

Há sempre ideias no caderno, à espera de serem trabalhadas. Claro que depois de

Standards

haverá mais discos e mais projectos em linha para verem a luz do dia.