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Música

Aprende a distinguir os Wavves dos Los Waves

Não vás ao engano.

Os Wavves são óptimos e fico contente por saber que não sou o único a pensar assim. Pelo menos um dos programadores do Vodafone Mexefest também gosta tanto deles que, dias depois da confirmação de Wavves, foi anunciado que Los Waves também iam tocar no festival da Avenida da Liberdade. Podia ser a melhor notícia de sempre, ou pelo menos dessa semana, se Los Waves fizessem versões em espanhol de malhas de Wavves, como a “El Ritmo del Silencio” de Los Mustang. Mas não: Los Waves têm as suas próprias canções. Aprende a distingui-los…

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PELOS SÍTIOS EM QUE TOCAM

Os Wavves vão dar um único concerto durante todo o festival. A ideia é tocarem 50 minutos no Ateneu Comercial de Lisboa, na sexta-feira, 29, a partir das 23.15. Recomenda-se ir para lá pelo menos meia hora mais cedo para arranjar lugar na sala. Neste campo, ainda têm muito a aprender com Los Waves que vão dar oito mini-concertos de um quarto de hora, distribuídos pelos dois dias do festival, a bordo do Vodafone Bus que liga o Rossio ao Marquês do Pombal.

PELA RELAÇÃO COM PORTUGAL

Os californianos Wavves já tocaram cá umas vezes e, ouvi dizer, que depois de um dos concertos foram má onda para um gajo d'Os Golpes no Incógnito. Além disso, o Nathan Williams, que é o cérebro da quadrilha, escreve uma BD (

Negative Dad

) desenhada pelo Rudolfo, artista e músico português que

de vez em quando faz umas coisas para nós

. Também há quem diga que Portugal é a Califórnia da Europa, mas acho que não estão a falar a sério.

Apesar de serem portugueses, Los Waves têm um nome meio inglês e meio espanhol e no Facebook dizem que são de “London / Lisboa”. Portanto, se isto fosse um concurso, os Wavves ganhariam nesta categoria. Sem espinhas.

PELA MÚSICA

Os Wavves têm três discos obrigatórios (o primeiro,

Wavves

, é um épico surf-goth-punk podre que faz muito mais sentido do que devia; o segundo,

Wavvves

, é capaz de ser um dos álbuns de indie rock definitivos do final dos anos zero; e o terceiro,

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King of the Beach

, é um disco de pop-punk alucinado) e mais dois que até marcham bem, apesar de deixarem algo a desejar (o EP

Life Sux

 e o último,

Afraid of Heights

). São uma das boas bandas de indie rock americanas e editaram sempre por labels fixes.

Os Los Waves são mais uma banda de psych-pop soalheira, daquelas que imaginamos sempre com havaianas enfiadas nos pés. Ninguém diz que não façam música competente ou que não possam funcionar bem na banda sonora de séries de televisão — a acreditar no Facebook oficial deles, uma canção vai aparecer em

Criminal Minds

. Mas não são propriamente memoráveis.

PELAS CARAS (E SOBRETUDO PELO NÚMERO DE CARAS)

Os Wavves são o vocalista e guitarrista Nathan Williams e uma banda em constante mutação que por estes dias inclui mais três membros: Stephen Pope, Alex Gates e Brian Hill. O lugar de baterista é particularmente precário, e tendo em conta que já vão no quinto desde 2008 começa a ficar demasiado difícil não fazer piadas com os Spinal Tap.

Los Waves são dois homens portugueses, José Tornada e Jean River, que já tocam juntos há uns quantos anos, ainda que o actual projecto seja recente. Não há mesmo como confundi-los.

Os Wavves e Los Waves tocam sexta-feira, 29, e no caso dos segundos também no sábado, dia 30, no Vodafone Mexefest. Há até concertos de ambas as bandas ao mesmo tempo, em lugares diferentes. As probabilidades de Los Waves tocaram versões espanholas de Wavves são quase nulas.