O Ishmael Butler, AKA Butterfly do Digable Planets, conseguiu se recriar sem muita dificuldade, despedindo-se do seu legado da Era de Ouro pelo qual todos sempre se lembrarão. Quinze anos depois do “Rebirth of Sick”, o Butler surgiu com uma versão evoluída do seu antigo formato. Seu novo projeto, o Shabazz Palaces, é poético e abstrato, mas sem forçar a barra para um lance “arte”. A música é viajante e deliciosa, e a única intriga intencional é a autopromoção – nada de entrevistas, explicações nem presença nas mídias sociais, por puro mistério.O Butler não usa mais o nome Butterfly. Agora ele é o Palaceer Lazaro, um personagem enigmático, sincero e com vocabulário pesado por detrás do Shabazz Palaces.Depois de dois EPs lançados independentemente em 2009, o Shabazz lançou o Black Up no último mês pela Sub Pop, que é o primeiro álbum de hip hop no catálogo do selo. O disco traz colaborações da rede de contatos de letristas e beatmakers do Butler, mas o disco mantém seu foco na sonoridade, não nos artistas que a criaram. Somente a dupla feminina de rap THEESatisfaction é creditada no álbum.Ainda que as faixas sigam os padrões rítmicos do hip-hop tradicional, samples melódicos se entrelaçam, subindo e descendo, pontuados por pedaços dissonantes. Segundas vozes borbulham sob as letras do Butler, que têm um tom mais sério e abrasivo do que no seu passado como Butterfly.Enigmaticamente político e abertamente experimental, o Shabazz Palaces se dirige ao vazio entre o rap e a inteligência sem a pregação do hip hop consciente. Junto com artistas como os aclamados Death Grips e o Jeremiah Jae, do selo Brainfeeder, o Shabazz marca uma mudança na sensibilidade do rap underground, saindo do formato tradicional e se abrindo a novas interpretações.Palavras por Abdullah Saeed.Para mais Shabazz Palaces visite o Noisey.
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