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O criminoso que forjou a própria morte e foi morar num castelo com quadros de Dalí

Este fraudador ucraniano dá uma aula sobre o que não fazer depois de fingir óbito.
Drew Schwartz
Brooklyn, US
MS
Traduzido por Marina Schnoor
The fugitive's castle in France and a vintage Rolls Royce he owned
Fotos via Europol.

Por anos, investigadores caçaram a mente por trás de um gigantesco escândalo de corrupção ucraniano até que deram num beco sem saída quando descobriram que o suposto líder tinha morrido. Na semana passada, porém, autoridades anunciaram que ele não tinha morrido – aparentemente ele estava curtindo a vida num castelo enorme de 800 anos na França.

A polícia francesa o encontrou no chiquérrimo Chateau de La Rochepot com mais de US$ 5 milhões em posses, incluindo um Rolls Royce vintage e três quadros do Salvador Dalí, segundo o jornal inglês Independent. Ao contrário do que dizia sua “certidão de óbito falsificada”, ele estava vivão e morando no château com três de seus cúmplices.

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“Durante uma reunião operacional realizada pela Europol entre França, Luxemburgo e Ucrânia, ficou estabelecido que o suspeito não estava apenas vivo, mas vivendo em grande estilo na França”, disse a Europol em divulgação para a imprensa.

A Europol não divulgou oficialmente o nome do cara, mas segundo a BBC e a Radio Free Europe, oficiais ucranianos o identificaram como Dmytro Malinovskiy.

Logo antes de sua audiência marcada num tribunal ucraniano em 2014, ele teria forjado um acidente de carro, e sua esposa apresentou aos policiais uma certidão de óbito falsa e disse que as cinzas dele “provavam” que ele tinha morrido, segundo Chris Miller, um repórter da RFE que cobre a região. Depois que foi declarado morto por um juiz ucraniano em maio de 2015, ele planejou uma nova vida na cidade pitoresca de Rochepot em Borgonha.

Era de se pensar que alguém tentando convencer o mundo de sua morte ia querer ser discreto. Mas, neste caso, a polícia francesa recebeu dicas sobre “transações suspeitas” cercando a compra de um castelo de US$3,45 milhões na área, feita por uma empresa de Luxemburgo da qual Malinovskiy era o “beneficiário definitivo”. E como qualquer especialista pode te dizer, a melhor maneira de fingir sua própria morte é viver o menos glamourosamente possível – não, tipo, comprando um castelo na França e o decorando com obras de arte inestimáveis.

E parece que propriedade em que ele estava vivendo também é aberta ao público – você pode fazer um passeio pelo castelo por cerca de US$10, conhecendo suas paredes luxuosamente decoradas e ouvindo sobre a história complexa de como ele foi “sendo passado de mão em mão” entre uma longa lista da realeza francesa. Agora alguém pode transformar o lugar num museu sobre como o castelo foi parar na mão de um fraudador ucraniano supostamente morto que teria lavado toneladas dinheiro sujo, já que o château precisa de um novo dono.

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