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O MC Tocha quer expandir o bregafunk pelo Brasil

Atração do Rec-Beat, o MC pernambucano faz parte da leva de artistas difundindo o gênero pelo país.
Imagem via YouTube

Você já se perguntou o que faz o mais novo hit do verão "Envolvimento", da MC Loma, tão atraente? Pode ser qualquer coisa entre a linha de baixo saltitante, o balanço da batida ou o tecladinho envolvente que dá a melodia principal. Pois essa é a receita principal do brega-funk, uma das tantas mutações que surgiram das hibridizações do funk ao longo dos últimos quase vinte anos – essa, originária de Pernambuco. E um dos principais expoentes desse ritmo é MC Tocha, autor de hits gigantescos no último ano como "Paralisou" e "Passinho do Guery", e o primeiro MC de brega-funk a se apresentar no festival que faz a alegria dos recifenses no Carnaval, o Rec-Beat.

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Tocha começou a carreira no brega-funk há mais de dez anos, mas só engatou como grande nome do gênero quando começou a produzir com a parceria de outro hitmaker, Dadá Boladão. Depois do alcance conseguido pela dupla, Tocha e Dadá seguiram diferentes caminhos a partir de 2016, o que possibilitou que Tocha cavasse mais seu lugar no brega-funk e, mais recentemente, começasse a expandir seu som e imagem pra além do gênero ("Enlouqueço", seu mais recente single, vai do pagodão baiano ao EDM em menos de um minuto).

Pra sacar pra onde caminha Tocha e o brega-funk como um todo, o Noisey trocou uma ideia com o MC antes de sua apresentação no Rec-Beat, nesse sábado (10). Leia abaixo e saque o line-up completo do festival aqui.

Noisey: Onde em Pernambuco você cresceu, e o que te levou a começar a trabalhar com música?
MC Tocha: Eu nasci em Jaboatão dos Guararapes. O que me levou a trabalhar com a música foi a família, meu avô, que foi minha maior influência. Toda a família do meu pai gosta de música, são músicos. Foi isso que me fez começar a trabalhar.

Li que você trabalhava com pagode antes de virar um expoente do brega-funk. Como foi o primeiro contato que você teve com o brega?
Sempre trabalhei com pagode, sempre fui pagodeiro. O que fez eu virar um expoente do brega foi eu gostar mesmo, gostei do ritmo. É um ritmo que não tem como você ficar parado. Meu primeiro contato com o brega foi a rua, escutando nas esquinas. Me agradou. Daí fui pra frente.

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Esses seus últimos singles, como "Embaixo" e "Enlouqueço" parecem trabalhar com uma mistura de gêneros maior. Você tem tentado atrair outros públicos pro seu som?
A minha intenção é tentar mexer com todos os públicos, fazer com que o pensamento do pessoal mude em relação ao nosso movimento. Pra eles entenderem que o nosso movimento também é bonito, nosso movimento também tem do movimento deles. Que, na realidade, tudo é música.

Você acredita que o brega-funk se encontra num momento de expansão? Que outros artistas do gênero você citaria como nomes importantes?
Há alguns anos [o brega-funk] já vem numa crescente boa. O ano que passou foi muito bom, então a tendência é que em 2018 ele possa expandir mais ainda. Também posso citar o Troia e o próprio Dadá, que estão fazendo uma parada legal e importante pro movimento.

Vi você falando pro Diário de Pernambuco que se inspira em artistas como Drake e Chris Brown pra se vestir. Quão importante é sua imagem pro seu sucesso? E tem alguma inspiração artística/musical que você tira desses artistas gringos?
O que eu tiro mais desses artistas é o jeito de se vestir. Os clipes deles também são bastante interessantes, então a gente tenta fazer nessa linha.

Você sente uma desconexão do sudeste/sul com a música que bomba no nordeste? Já entrou em contato com alguma parte do seu público que é desses estados sulistas?
Sempre tem alguém do sul que admira o trabalho da gente aqui, então acho que não. Acho que eles tem o musical deles lá e a gente tem o da gente aqui. Hoje tá tudo muito parecido, mas dá pra definir qual é o nosso e qual é o deles.

O que você está preparando pra tocar na sua apresentação no Rec-Beat? É a primeira vez que você toca em um festival desse tamanho?
A importância do evento é muito boa pra mim. Sempre toquei em eventos grandes, mas é pela importância do festival e por ser o primeiro a tocar. Tenho certeza que, daí, vários MCs [de brega-funk] vão passar por lá também. Vai ser minha continuação em eventos importantes como esse. Então eu tenho uma obrigação de fazer um show bom, de fazer com que o público se agrade. A intenção é mostrar o que a gente tem de melhor do nosso ritmo, e também mesclar com outras músicas que o público gosta. Então estamos preparando coisa boa aí.

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