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Música

O Jagwar Ma Quer Dançar Funk com a Gente

Grupo anglo-australiano vem ao Brasil para shows em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília

Dois garotos australianos - daqueles que não cultivam a pele bronzeada e o cabelo parafinado – criaram o Jagwar Ma em 2011. Jonathan ‘Jono’ Ma, o cara dos sintetizadores e dos samples, e Gabriel Winterfield, o guitarrista que manda os vocais, fizeram as malas e partiram de Sidney rumo à Londres, ansiosos para trocar as praias australianas pelo clima nublado e chuvoso da capital inglesa.

Em 2012, o baixista inglês Jack Freeman se juntaria ao grupo e não demoraria muito – precisamente um ano, na verdade – para que o trio lançasse seu primeiro álbum, Howlin. Simultaneamente, a banda foi convidada para abrir alguns shows das turnês do The xx e do Foals que rolaram ano passado. A experiência foi tão positiva para os garotos que, logo em seguida, eles decidiram marcar sua própria turnê pelo mundo e no final de março eles aterrissarão em terras brasileiras pela primeira vez.

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Conversei com Jono por Skype e, enquanto brisávamos sobre a vida, aproveitei para fazer algumas perguntas sobre o Jagwar Ma. Ouça o som dos caras, leia a entrevista e marque no seu calendário de filhotes fofos as datas dos shows que listamos abaixo:

27.03 – São Paulo, Audio Club

28.03 – Rio de Janeiro, Miranda

29.03 – Brasília, Picnik CCBB

Noisey: Hei Jono, está tudo bem com vocês? Vi no Facebook da banda que alguns shows foram cancelados por problemas de saúde, o que houve?

Jono: O Gab teve que fazer uma cirurgia no joelho, mas já tá tudo bem. Nós ficamos com medo de forçar muito e comprometer a recuperação dele. Melhor cancelar alguns shows do que pressionar o joelho e ter que cancelar um mês de turnê, como fomos obrigados a fazer ano passado quando fiquei doente. Os médicos aconselharam que ele ficasse em repouso. Achamos que é uma lesão antiga, da época em que andávamos muito de skate, e que começou a incomodar com o passar do tempo. A gente costuma pular muito durante os shows, pra passar uma energia boa, e isso pode ter fodido com a lesão do Gab.

Que bom que ele está bem! Mas, me fala uma coisa, nunca entendi o nome da banda de vocês. É uma espécie de trocadilho com as palavras jaguar, war e seu sobrenome?

Basicamente, sim. Eu abri um estúdio em Sidney com um amigo e estava produzindo algumas músicas experimentais focadas no instrumental. Um dia um amigo meu encontrou uma pintura de um jaguar…você consegue ver a minha foto de perfil do Skype?

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Consigo, é um jaguar bem bonito.

Essa é a foto da pintura. Ele encontrou na rua, abandonada, e achou que seria uma boa ideia me presentear com ela. Eu gostei bastante do quadro e, enquanto buscava um nome para o meu projeto experimental, decidi usar o jaguar combinado ao meu sobrenome, Ma.

Seu sobrenome é engraçado, qual a origem dele?

[risos] Chinesa! O Jaguar virou Jagwar porque um amigo, divulgando o meu som, escreveu propositalmente dessa forma. Eu curti e adotei. Futuramente eu chamaria o Gab para ser vocal de algumas músicas. A parceria fluiu tão bem que se tornou oficial e nós decidimos manter esse nome mesmo.

Como você conheceu o Gab e o Jack?

Nós três tocávamos em bandas antes, já tinha tocado com os dois, separadamente, nessa época. Eu estava procurando alguém para dar uma espécie de rosto e identidade pra música que eu estava fazendo, que até então não tinha letra. Chamei o Gab para participar de uma música e aos poucos fomos criando coisas juntos, foi fácil incluí-lo no projeto. Nós pensamos em chamar o Jack quando, depois de lançar algumas músicas, decidimos nos apresentar ao vivo. É difícil para duas pessoas se apresentarem sozinhas, tocando todos os instrumentos, e eu achava que faltava alguma coisa. O Jack toca baixo, então convidamos ele para se unir a nós. Eu tinha uma banda de seis pessoas antes disso e era muito difícil lidar com todo mundo, mas três pessoas é um número muito bom. Como as pontas de um triângulo.

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Logo depois do lançamento vocês acompanharam o The xx e o Foals em turnê e, agora, estão fazendo isso por conta própria. Como está sendo a experiência até agora?

Quando você está abrindo para bandas como o The xx, Foals, é uma experiência bem diferente. Você está tocando para os fãs deles e você precisa se dedicar para conquistá-los. E como o som é parecido, as coisas fluíram muito bem pra gente. Mas quando você toca no seu show, pra sua plateia, a abordagem é totalmente diferente. Você toca mais tarde, as pessoas estão ali por você. Quando tocamos com essas duas bandas incríveis, eles nos escolheram por gostarem do nosso som. E nós aprendemos muito com eles sobre apresentação ao vivo, sobre a organização da turnê. O CD tinha acabado de sair quando nós saímos em turnê com eles e isso foi importante também, muita gente teve a oportunidade de ouvir o nosso som pela primeira vez. No começo eu estava cuidando mais da parte administrativa da turnê, sabendo de cada detalhe desse projeto. Lidando com as gravadoras, marcando os shows. E isso me deixou muito exausto, então agora eu deixo isso para o nosso empresário. Acho até engraçado, tudo vira uma surpresa. Alguns dias eu até pergunto pra ele “Onde nós vamos hoje? Ah, Argentina! Maneiro…” e é sempre uma surpresa boa, algo novo, inesperado.

Algum lugar te surpreendeu bastante até agora? Que você tenha gostado muito?

Ah, acho que Tóquio foi uma experiência bem diferente, talvez seja minha cidade favorita de alguma forma. Não sei se eu gostaria de morar lá, mas é como outra dimensão, um planeta bem colorido e maluco. É cheia de eletricidade, a cidade nunca dorme.

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Você gosta de comida japonesa?

Sim, é a minha favorita!

E de música brasileira, você gosta?

Eu gosto bastante de Elis Regina, Tom Jobim. Esses dias eu estava escutando uma coletânea do Mestre Geraldo e Sua Bateria. Gosto de funk do morro também, como se chama mesmo?

Proibidão?

Isso mesmo!

Já aprendeu a dançar funk?

Nunca! Acho que sou melhor fazendo música dançante do que efetivamente dançando, mas quem sabe não aprendo alguns passos quando chegar ai…

Faço questão de te ensinar, Jono! Obrigada pela conversa e boa sorte no restante da turnê.