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Música

Lançamento: Escute o Remix que o Justin Broadrick fez para “The Cliff”, do Pelican

A releitura feita pelo cara por trás do Godflesh e do Jesu deu ainda mais força-bruta à faixa.

Ao longo dos seus 15 anos de vida, o Pelican conseguiu ir além de tudo aquilo que costumam colocar no usual purgatório do post-qualquer coisa. “Paisagens sonoras” é o velho termo aplicado ao rock instrumental, mas a banda de Chicago ganhou respeito justamente por não ceder a esse artifício e sim por criar uma espécie de voz dentro da música. Se soa muito abstrato, então o objetivo foi atingido. A música do Pelican habita um lugar de igualdade sonora que investe tanto nos momentos ensurdecedores quanto naqueles de inquietação absoluta. No ponto mais eficaz, a música da banda não transporta emoções tanto quanto evoca um espaço em que a variação delas poderia morar em uma bicicleta para duas pessoas. Já nos momentos mais pesados, o poder dinâmico do Pelican vem desses contrastes que trabalham para um objetivo, em vez de serem meras composições arbitrárias.

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Neste ano teremos EP novo do Pelican, batizado de The Cliff (com lançamento no dia 24 pela Southern Lord), e o Justin Broadrick (Godflesh/Jesu) fez um remix estupendo da música-título. O artesanato atmosférico da banda somado ao pulso e à sintaxe eletrônica de Broadrick cria um diálogo imediato entre dois sons até então contraditórios. O que poderia ser apenas uma boa intenção malsucedida em tantas outras músicas é o que mais chama a atenção aqui. Parte do sucesso vem da familiaridade entre os envolvidos e de um entendimento mútuo da força bruta que vem com a vulnerabilidade no som. A interpretação contida, mas não menos evocativa de “The Cliff”, é um testemunho tanto do respeito criativo que Broadrick tem pela essência do Pelican quanto da estrutura de fácil adaptação da banda, que permite a formação de uma dinâmica brilhante para uma música que já era excelente.

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