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Música

Eric Gaffney, o Co-Fundador do Sebadoh Agora É Jesus Cristo ou Algo do Tipo

Nós mandamos algumas perguntas para o artista por email e ele nos deu uma lista com toda as carnes que ele já comeu na vida.

A história começa assim: dois adolescentes maconheiros e desiludidos com a cena hardcore no final dos anos 1980, os amigos de Massachusetts Eric Gaffney e Lou Barlow, se embrenham na sujeira e na brisa de criar gravações caseiras com batidas acústicas e um ar folk distorcido e, com isso, ajudam a dar vida a um movimento lo-fi que definiu uma geração. Depois que Barlow foi vazado do Dinousaur Jr. em 1989, seu foco em tempo integral foi pro Sebadoh, que a partir dali ganhou contornos de banda e uma pegada mais elétrica.

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Mas, enquanto Barlow colheu muitos louros pela visão genuína do Sebadoh, é discutível que o sacanamente menosprezado Gaffney não seja mencionado como aquele que colocou a estética da banda nos anais da história do indie. Gaffney trouxe o contraste perfeito às odes ao amor perdido que os demais companheiros de banda faziam, inserindo elementos pop e alucinógenos que foram os pontos altos e esquizofrênicos dos discos seminais do Sebadoh, II (1991), Smash Your Head On The Punk Rock (1992) e Bubble and Scrape (1993) -- e, antes disso, a obra-prima do lo-fi, The Freed Man.

Eis que então Gaffney -- o ferozmente independente, nascido punk-hardcore-DIY e o melhor sonhador que algum dia você vai conhecer -- saiu abruptamente da banda que ele co-fundou e que, na era da dominação global do Nirvana, estava no limiar de reinar na cena indie de 1993. O Sebadoh sem Gaffney atingiu os píncaros do sucesso em 1994 com Bakesale, e ao lado do Pavement e do Guided by Voices, formou a santíssima trindade indie durante a maior parte dos anos 1990. Enquanto isso, Gaffney vagou pelos EUA, ressurgindo como Fields of Gaffney e tocando esporadicamente no fim da década de 90 e começo dos 2000. Entretanto, numa virada inesperada, Gaffney voltou ao Sebadoh em 2007 para uma turnê muito bem sucedida -- algo que não durou, já que ele deixou a banda outra vez.

Agora, Gaffney está de volta, caminhando sozinho sob o codinome mais incrível do mundo: Jesus. E Jesus Cristo. E Jesus Nosso Senhor. Normalmente recluso, ele agora parece ter abraçado a humanidade: está no Facebook, tem uma infinidade de páginas no Bandcamp, além de uma gloriosa caralhada de gravações da era Sebadoh à venda. Mas são os discos de Jesus como Stop Eating Animals!, America’s Drug e Christ, the Lord que mostram que ele não perdeu nada da sua extrema piração e do seu estilo super melódico.

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Falamos com Gaffney por e-mail de sabe lá Deus onde pra falar sobre suas intensas atividades nas redes sociais, o Sebadoh, Jesus e ser vegano.

Noisey: Você zanzou por aí um bocado. Você cresceu em Massachusetts, passou um tempo em São Francisco e depois voltou pra Massachusetts outra vez, e agora sua página no Facebook diz que você está em Tarrytown, Nova York. Como você foi parar aí e o que está fazendo em Tarrytown?

Eric Gaffney: Quem me dera poder zanzar. Parece que teria sido divertido. Tarrytown existe em algum canto da minha memória por algum motivo desconhecido. Tenho a tendência de ser relembrado das histórias de Washington Irving quando vou à Tarrytown. A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça… Rip Van Winkle… Uma espécie de lugar assustador e mal-assombrado. Essas histórias se passam em Tappan, lugar de que meus ancestrais tinham uma parte em 1680. Foi também a primeira patente de terra nos EUA em que escravos libertos poderiam ter uma parte na patente.

Na falta de um termo melhor, você ficou fora do radar por um grande período de tempo. Recentemente você deu um talento na sua imagem. Você tem páginas no Bandcamp e está no Facebook, onde parece ser bastante ativo. Qual era sua ideia ao entrar nas redes sociais?

Hm, na verdade venho tocando, gravando e lançando discos desde 1983, nunca parei… Mas não tenho nenhuma árvore de hype no quintal de casa. O Bandcamp serviu como um selo ou lugar onde lançar meus discos, na falta de um. Eles tiram só 15% da grana, ao invés de arrancarem o couro dos artistas. Não vejo o Bandcamp como uma rede social. Facebook? Esperei meia década pra fazer uma página. Parece que o que aparece na sua timeline é condicionado pelos amigos que você tem e as coisas que você curte.

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Os shows parecem ser uma ocorrência rara no seu mundo. Talvez por viver em Nova York você comece a tocar no Brooklyn e em Manhattan?

Fiz uma porrada de shows solo em Manhattan e Brooklyn quando vivi lá durante o verão de 2007. No último show que fiz (no Pitchfork Festival em Chicago, 2008) ganhei mais de 7 mil dólares a hora, então se conseguir fazer isso por um show, ou talvez mil dólares por hora, estou topando. Tive uma fratura no ombro e na clavícula em setembro de 2008, o que dificulta bastante o processo. Levei seis meses pra poder pegar numa guitarra outra vez. Ainda bem que de alguma maneira consegui me recuperar o suficiente pra tocar bateria e guitarra outra vez, além de gravar. Acho que se eu tivesse um disco na praça e ele estivesse no topo das paradas, um show seria pertinente.

Há pouco tempo, um artigo na Pitchfork destacou todo seu material não lançado. Pouco depois que o artigo foi ao ar, você foi ao Facebook expressar sua frustração por isso não ter se revertido em mais downloads pagos nas suas páginas do Bandcamp. Quais eram as suas expectativas? Você ainda está chateado?

Nunca tive expectativas naquele artigo ou o que for. Estava tentando conseguir uma resenha sobre um disco específico que lancei digitalmente (Stop Eating Animals!), mas eles não fizeram uma crítica, mas sim um artigo no blog com links pra uma série de discos que tenho no Bandcamp. O artigo saiu e foi uma surpresa bem vinda. Foi favorável e informativo, não poderia ter ficado mais feliz com isso. Claro, esperava que isso tivesse trazido mais tráfego e vendas online, mas não rolou. Que seja. Algumas poucas pessoas provavelmente leram aquilo e se esqueceram uns dias depois.

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No seu Bandcamp você é bastante direto, indicando na sua auto-descrição que você e seus discos “não estão numa gravadora e nem nas lojas. 100% independente e 100% DIY em que os rendimentos vindos das vendas digital no Bandcamp via PayPal vão para contas, novas cordas de guitarra, baquetas, passes de ônibus, comida de gato etc”, e que “não tenho outra fonte fixa de renda no momento, então cada venda conta!”. Com isto dito, qual é a sua visão sobre a internet? Sinto que você a detesta, assim como a todas as redes sociais.

Se eu realmente detestasse todas as redes sociais, você estaria fazendo essa entrevista pelo telefone e eu teria que desligar na sua cara! Haha. Quanto aos downloads “ilegais”, não faço ideia. Nunca baixei um disco. Já agendei shows e turnês por e-mail. De fato, marquei uma turnê pelo SXSW, Arizona, Texas, Oklahoma, Novo México e Califórnia em 2003. O e-mail é grátis também, além de ser útil. Mas, sim, a internet é um pesadelo real em muitos aspectos, mas em outros é OK. O que eu não curto ou me oponho é uma tomada digital da música. Recebo 21 centavos de dólar por mil audições, por exemplo; é uma vergonha, se você quer saber, o quão mesquinhos são esses serviços de música digital. Entretanto, isso não vai me impedir de lançar meus discos digitalmente e ao redor do mundo, apesar de achar que a música não pertença ao computador. Mas é como as coisas têm sido nos últimos 20 anos; se não pode vencê-los, junte-se a eles, acho eu. No momento, estou ansioso pra lançar uns dez discos digitalmente, pro mundo todo, num futuro próximo. Estou empolgado em ver como isso vai acontecer.

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Um dos seus discos sob a alcunha de Jesus é Stop Eating Animals!. Você mencionou esse disco antes e você, no caso, é vegano. Não me lembro de você ser tão fervoroso sobre esse tipo de assunto. Ser vegano e os direitos dos animais são revelações recentes pra você? Como você começou essa trajetória? Você pretende começar a pregar sobre isso como o Morrissey?

Bem, escolhi ser vegano há dois anos por razões morais e éticas, não pra fazer parte de uma tendência ou de uma dieta. É porque eu me importo e, como resultado, não só eu aprendi muito, como também me sinto mais saudável. Primeiro, parei de comprar peixe, depois parei de comer ovos, leite, e então queijo… O último hambúrguer que eu comi era falso e isso foi em 1994, há 20 anos, e foi a única “carne” que eu já comi. Fui primordialmente vegetariano desde 1968, então foi bem mais fácil pra mim do que pode ser pra maioria das pessoas. Eu não sou um animal, então não preciso comer animais, é bem simples, na verdade. Haha. É errado torturar e matar animais, ponto final, por qualquer razão que seja. É doentio e mostra que o que você chama de humanidade no seu ponto mais baixo e deturpado. Considero os comedores de carne (Comilões de Cadáveres) como doentes e egoístas e gulosos. Zumbis estão destruindo o ecossistema do planeta pra sentir o gosto de carne e por pura maldade. É um fato que cada pessoa que come carne está contribuindo com o desmatamento, a devastação da floresta amazônica e o aquecimento global. É assustador.

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Aqui vai uma pequena lista de animais e carnes que nunca comi ao longo de seis décadas:

BIFE, VITELA, PERU, GALINHA, PATO, AVES DE QUALQUER SORTE, VOADORAS OU NÃO, AVESTRUZ, CORDEIRO, COELHO, CARCAÇA DE VEADO, PATO, PORCO, PRESUNTO, OSTRAS, LAGOSTA, POLVO, BACON, PRESUNTO, PORCO, FÍGADO, BALEIA, CACHORRO, GATO, PÍTON, SERPENTES, PERNAS DE SAPO, JAVALI, CARIBU, IAQUE, ENGUIA, CARACOIS, CARAMUJOS, CAVIAR, CANGURU, SALSICHA, URSO, EMU, BISÃO, INSETOS, LARVAS, MORCEGOS, PROSCIUTTO, MEXILHÃO, QUEIJO DE PORCO, GATOS, CACHORROS, GERBOS, HAMSTERS, PORQUINHOS DA ÍNDIA, TIGRE, BOIS, RATO, BODE, HIPOPÓTAMO, TUBARÃO, TARTARUGA, MOREIA, TEXUGO, LONTRA, CASTOR, DONINHA, ALPACAS, LAGARTOS (IGUANAS, LAGARTO DE PELE LISA, MARSUPIAIS (GAMBÁS), DRAGÕES DE KOMODO, OVELHAS, ABUTRES, ÁGUIAS, GAVIÕES, PÁSSAROS, CARANGUEJOS, GALINHA RECHEADA COM PERU, APRESUNTADO, BICHO-PREGUIÇA, PÉ DE PORCO, CAVALO, CHARQUE, CÉREBRO, LÍNGUA, ALCE, FOCA, MORSA, ELEFANTE, GORILA, BICHO DA SEDA, FORMIGAS, BAIACU, RATOS, CAVALO, ARANHAS, SALAMANDRAS CHINESAS GIGANTES, SALMÃO-REI, TARTARUGAS-VERDES, BOTOS, OURIÇOS DO MAR, CODORNIZ, RATAZANA, LHAMA, CAMELO

Foto de divulgação do Sebadoh na Homestead

Você expressou o desejo de assinar com uma gravadora. Sabendo o quão independente você é, qual seria a gravadora a compreender seu ethos DIY de uma forma que você aprove? O que você acha da “indústria fonográfica” hoje, ou o que resta dela? Muita coisa mudou desde o início dos anos 1990, final dos 1980. Há gravadoras por aí que você goste do que estão fazendo e das coisas que estão lançando?

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Tenho discos pra lançar, sou um compositor, então… Preciso de uma gravadora pra lançar discos. Não consigo caminhar pela autoestrada até a Califórnia, por exemplo -- eu poderia tentar, mas isso só funcionaria por uns cinco quilômetros. Quanto à indústria, já fiz meu dever de casa. O negócio da música e do entretenimento sempre foi corrupto e preguiçoso. O lado bom de não estar numa gravadora é ter total controle, que é como deveria ser em primeiro lugar. Sou meio pior crítico, de todo modo, então durante a mixagem e edição das músicas pros meus discos, já deixo de fora as que não gosto tanto. Quanto ao DIY, isso não significa que minhas músicas devam soar como se tivessem sido gravadas debaixo de papelão molhado. Tenho feito gravações em cassete desde 1980. Algumas das músicas sequer seriam conhecidas se não tivessem sido gravadas em estúdios decentes. Depende da música, no entanto.

Desde que ouço música, não penso sobre a gravadora, ou empresário da banda, ou assessor de comunicação, ou coisas assim… Eu ouço a música. Como resultado, sempre fui fã das coisas que gostava, independente ou não de estarem num selo (como eu, haha) ou numa grande gravadora… Exceto pelo fato de ser anticapitalista e anticorporações. Se eu gosto de uma banda ou uma música, não me importa qual é a sua gravadora, e o mesmo vale pra um filme, se é com a Miramax, ou Janus ou Universal. Não compro nada mesmo, então basicamente não sou um consumidor.

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Vamos mudar de rumo e falar sobre a banda que você co-fundou, o Sebadoh. Lá se vão uns 20 anos que você saiu do Sebadoh. Porque você saiu da banda, em primeiro lugar?

Por que você não me pergunta por que eu comecei a banda em primeiro lugar? Foi porque eu quis. Eu quis começar uma banda em que eu fosse o vocalista/guitarrista e assim o fiz. E eu também tinha uma garagem pra ensaios e marquei os primeiros shows. Isso foi no verão de 1989, quando o The Freed Man foi lançado pela Homestead, foi quando liguei praqueles caras e perguntei se eles queriam começar uma banda e ninguém nem respondia. Eu de um lado dizendo “você ainda está aí?”. Só comecei a tocar bateria quando os outros caras quiseram tocar suas músicas porque eu não queria aprender a tocar baixo, e a bateria era meu primeiro instrumento. Quatro anos depois eu deixei a toda coisa ir embora. Era tipo A Bolha Assassina -- você quer sair correndo do cinema! (para não ser consumido pel’A Bolha Assassina).

O Sebadoh é/era a vanguarda do movimento lo-fi. Há alguma animosidade da sua parte por nunca ter tido o crédito suficiente pela sua técnica de gravação caseira e seu estilo que datam de 1986?

Bem, o período lo-fi do Sebadoh foi de 1987 a 1990, em que gravávamos em cassetes de quatro pistas. Depois disso gravamos em estúdios quando tivemos a oportunidade. Mais uma vez, gravamos em cassete desde 1980. As empresas que fizeram as fitas Maxell XLII-S de 90 minutos deveriam levar o crédito, não eu ou qualquer outra pessoa. Ninguém pode alegar ser o primeiro a gravar algo lo-fi, fora talvez o Alan Lomax, e antes dele o Edison ou sei lá. Fora isso, minha abordagem de gravação caseira era mais hi-fi do que lo-fi. Minha ideia era sempre ter uma gravação analógica límpida, com claridade e sustança, nada chato ou depressivo.

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No ano em que você deixou o Sebadoh, a banda obteve seu maior sucesso com o Bakesale em 1994. Olhando pra trás, você se arrepende de ter saído? Houve algum momento em que, depois de ver os vídeos na MTV, aparições na televisão, imprensa e turnês, em que você pensou “porra, caguei com tudo por sair”?

Nunca vou me arrepender de ter saído do Sebadoh. Eu não ia querer fazer parte daquilo que eles se tornaram ou como soavam sem mim. Por que eu teria cagado com tudo por sair? Foi exatamente o oposto. Não comecei aquela banda pra alimentar meu ego. Não era essa a minha viagem. Eu os vi no Conan O’Brien e pensei, ‘quê?!’. Mesma coisa que senti quando os vi tocar ao vivo quando saí -- não curto, é muito alto, muito agressivo, não é meu estilo ou abordagem musical. Não era a mesma banda sem eu, mas tudo bem. Por que seria. Eu estava na MTV Europa no Glastonbury em 1993 tocando uma das minhas músicas “Elixir is Zog” (com uma máquina de fumaça) e eles estavam na televisão em Paris, França, e eu nunca vi. Já tínhamos muita atenção da imprensa quando eu ainda estava na banda; não é que eu precisasse de mais daquilo.

Você prestou atenção aos discos do Sebadoh que foram lançados depois que você saiu, tipo Harmacy? Você ficou feliz com o fracasso do The Sebadoh de 1999? Você ouviu o disco mais recente do Sebadoh, Defend Yourself?

Não, nunca ouvi nenhum desses. Há milhares de discos pra ouvir dos últimos 80 anos ou mais. Não tenho tempo. Preferiria estudar conchas ou observar pássaros ou fazer centenas de outras coisas.

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O que se destaca na sua mente como suas melhores memórias de estar no Sebadoh?

Boas memórias? Bater numa máquina de doces esperando um barco na França e todos os doces caíram! Essa é uma boa memória. E os primeiros shows no inverno de 1989/1990 antes de quebrar minha Gibson SG Deluxe de 1971. E também o primeiro show do Sebadoh que eu marquei, em 1989, num bar local. Tivemos que tocar o set duas vezes pra ganhar 150 dólares do gerente do bar pra nos qualificarmos pra tocar no palco. O cara gritou comigo e relutantemente me deu 150 dólares. Beber cervejas de 50 centavos com o Pavement em Praga até cinco da manhã depois do nosso grande show lá com o Sonic Youth foi bem divertido. Boa memória de turnê.

Uma má memória?

Má memória de turnê… Sermos parados em Austin, Minnesota por dois policiais em duas caminhonetes na estrada. Meus colegas tinham maconha que tinham pego em Seatlle e eu estava fumando um baseado atrás do outro e mastigando efedrinas. O que nos salvou quando eles revistaram a van foi uma pilha de revistas Puncture, que eu tinha pego em Portland, Oregon. Estávamos na capa porque eu tinha conseguido que fizessem uma foto nossa na fábrica abandonada onde estávamos ensaiando e então o policial perguntou se eu podia assinar uma cópia pra sua filha! História real.

Ao ver tantas bandas se reunindo outra vez pra fazer uma graninha, te ocorreu que seria dinheiro fácil voltar ao Sebadoh, ou na sua mente DIY de ganhar por dia isso não é algo que você curte?

Eu concordei a princípio com o relançamento de III em 2005, e fiz pressão pra turnê de reunião, que acabou acontecendo dois anos depois. Tocamos em lugares lotados de costa a costa como resultado. Foi algo que eu estipulei, fazer uma turnê de reunião pra relançar os discos, sendo que nos dois primeiros trabalhei por meses para terminar em São Francisco.

E o que mais te agradou na reunião?

Gostei de abrir todos os shows com o a afinação acústica em ré aberto. Aquele som de feedback… hmmmm. Lotar os shows de costa a costa foi massa. Mas nunca curti muito ficar mudando de instrumento o tempo todo, dá muito trabalho, gosto de ou tocar guitarra ou tocar bateria, sem ficar alternando. Voltei à banda depois de 14 anos, muito tempo tinha passado e eu não sabia o que esperar. Fiquei levemente surpreso que nos demos bem o suficiente pra fazer a turnê, mas isso não significa que eu não tive que lidar com a irritação e brincadeirinhas e a reação negativas dos fãs deles em alguns momentos.

Quais são seus planos pra agora? Você tem uma banda pro Jesus? Está planejando uma turnê?

Neste momento tenho um monte de discos, coisas novas e velhas aqui: http://jesuschrist1.bandcamp.com/

É aqui que fãs novos e antigos podem ouvir a música que tenho feito durante todos esses anos, e se quiserem, comprar um disco. Eu sempre escrevo de volta pra agradecer e tal. Tive algumas turnês pós Fields (of Gaffney), e turnês de pós-reunião de banda desde 2008 (com mudanças de nomes inevitáveis a cada um ou dois anos), com minha Mu-tron Phaser II vintage de 1970. Nenhum plano de turnê no presente.

Suas expectativas são mais moderadas agora depois do desastre dos downloads (na Pitchfork), digamos, depois essa entrevista aqui?

Você está sugerindo que o que o artigo no Pitchfork fez pela minha música foi de alguma maneira um fracasso? Não foi. Não esperava que alguém que lesse aquilo fosse necessariamente comprar (baixar) nenhum dos 20 ou mais discos que coloquei lá -- algumas pessoas o fizeram, o que foi ótimo.

Brad Cohan não tem uma lista de todas as carnes ou animais que ele já comeu na vida.