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Música

A Courtney Act, de 'RuPaul’s Drag Race', Quer Ser a Nova Diva Pop

'Kaleidoscope', novo EP da queen australiana, foi inspirado em Kylie Minogue, Robyn e Tove Lo.

Courtney Act é um nome conhecido do público australiano desde 2003, quando participou do Australian Idol. Aquela estrela com ares de prima da Kylie Minogue ficou sumida por um tempo, reaparecendo alguns anos depois na sexta temporada de RuPaul’s Drag Race, quando conquistou fãs no mundo inteiro. Aproveitando a boa época, a drag queen lançou seu primeiro EP, o Kaleidoscope, em julho.

A sonoridade do trabalho é como um híbrido da sensualidade de Kylie Minogue e da nostalgia do Scissor Sisters. Aliás, a produção e as composições do EP ficaram por conta da própria Courtney Act, de Jake Shears (vocalista do Scissor Sisters) e Sam Sparro. As questões tratadas durante o disco diferem da maioria das músicas feitas por drag queens. "Body Parts" desafia as fronteiras de gênero e sexo, enquanto "Ugly" lida com a influência das mídias sociais na autoestima.

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Durante sua participação em RuPaul's Drag Race, Courtney sempre surpreendeu com seus looks polidos, carisma, bom humor e beleza. Não podemos culpá-la, porém, de ter perdido o título de America's next drag superstar, já que suas concorrentes causaram uma disputa acirrada. A também finalista Adore Delano e a vencedora Bianca Del Rio, junto de Courtney, dividiram a torcida dos fãs, que chegaram a considerar essa como a final com melhores concorrentes.

Depois de Drag Race, Courtney foi esperta e não virou apenas outra queen ex-participante do programa, mas conquistou seu espaço dentro da cultura drag com suas diversas colaborações com Willam e Alaska em músicas e vídeos, além da campanha fodona da American Apparel com o trio.

Conversamos com Courtney sobre o início de sua carreira, participações em reality shows e a experiência com drag.

Noisey: Você participou do Australian Idol em 2003. Qual foi a sensação de estar em outro reality show após 11 anos?
Courtney Act: Você nunca sabe onde a vida vai te levar. Me encontrar 11 anos depois (uau! 11 anos!!!) do outro lado do mundo competindo no Drag Race foi uma segunda chance maravilhosa.

Você se inscreveu para o RuPaul’s Drag Race antes da sexta temporada?
Eu me inscrevi para a quinta, mas a produção do programa não aceitou meu visto de trabalho para os EUA. Ainda bem que mudaram essa regra na sexta temporada e permitiram quem tivesse visto para trabalho entrar na competição.

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Como foi sua experiência no programa? Você teve algum problema durante a competição?
Amei filmar o programa. Foi uma experiência bem divertida, com pessoas ótimas. Trabalhar num ambiente de tão alto nível, tão profissional, com todas aquelas queens incríveis foi muito bom.

O que mudou em sua vida depois de RuPaul’s Drag Race?
Bom, não estive em casa de verdade desde abril do ano passado. Só fiquei o tempo suficiente para lavar minhas roupas e fazer as malas de novo.

Quais foram suas maiores dificuldades ao ir para a América?
A América, particularmente Los Angeles, parece similar a Sidney pela superfície. Mas eu não estava preparada para o quanto nossas culturas, no fundo, são diferentes. Tem sido uma experiência de aprendizado me ajustar e entender as sutilezas da sociedade americana. Até a linguagem é sutilmente diferente. Apesar de ambos falarmos inglês, sinto que sempre tenho um tradutor na minha cabeça traduzindo do inglês australiano para o americano.

Quando foi sua primeira experiência fazendo drag? Você sentiu naquele momento que era o que você faria para o resto da sua vida?
Minha primeira vez verdadeira em drag foi na virada do ano de 2000. Eu amei. Me pareceu natural… Mas nunca sonhei que isso me levaria até onde estou hoje.

Agora, falando sobre o seu EP. As músicas são grudentas e prontinhas para a pista de dança. Qual foi sua ambição ao fazê-lo? Você procurou um som diferente do que é comum na maioria das músicas de drag queens?
Meu objetivo era fazer música pop boa. Tentei não levar em conta o que outras garotas do Drag Race fizeram e me foquei nos meus ícones pop: Kylie Minogue, Tove Lo e Robyn. Me inspirei nelas e fui criar músicas que tinham algo de mim.

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Pelo o que me lembro, você esteve trabalhando com Jake Shears (do Scissor Sisters) no seu EP. Como foi a experiência de trabalhar com ele?
Ele é uma pessoa maravilhosa e muito talentoso. Eu o conheci uns anos atrás, quando estava sendo homenageada pela Out Mazine, naquela lista Out 100 deles, em Nova York… talvez era 2005? Desde então ele foi muito generoso comigo e finalmente surgiu uma oportunidade de trabalhar com ele em músicas minhas. Foi um sonho virando realidade.

Por que a música "Mean Gays" não entrou no EP?
"Mean Gays" e outras músicas minhas lançadas antes ficaram no passado para mim. Este EP representa minha versão da artista que eu me sinto, mas não tinha conseguido exibir ao mundo antes. Amo "Mean Gays", mas não se encaixou muito bem dentro do som do EP.

Seus vídeos novos têm muito a cara dos clipes da Kylie Minogue. A produção deles é muito boa. Você acha que as drag queens estão começando a fazer vídeos páreo ao de cantoras pop bastante famosas?
Bom, o vídeo de "Ecstasy" foi dirigido por William Baker, que é o diretor-criativo da Kylie. Já o vídeo de "Ugly" eu co-dirigi e é baseado numa história real.

Seu EP foi financiado pelo Kickstarter. Como isso ajudou nas decisões que você tomou durante o processo criativo?
Parte dele foi financiado por lá. O EP não teria acontecido sem a ajuda do Kickstarter. Não apenas pela ajuda financeira, mas por ter todas aquelas pessoas dizendo que dariam seu dinheiro e ansiosos por ouvir minhas músicas. Foi muito encorajador.

Você tem planos para outro clipe para alguma das músicas do EP?
O meu próximo vídeo é para "Body Parts", que sai em agosto. Escrevi essa música com Jake Shears e Sam Sparro e o vídeo foi dirigido pelo The Squared Division, uma dupla maravilhosa. Eles trabalham com artistas do naipe de Britney Spears, Iggy Azalea, Nick Jonas e outros artistas incríveis. Estou muito honrada deles terem trabalhado comigo.

Você nos deu um EP ótimo e agora nós queremos um álbum completo. Você tem planos de lançar um?
O EP, os vídeos e o show que fiz em Nova York, no The Gramercy, foram uma prévia de eu criando o produto. Era a visão que tinha desde criança. Uma coisa é ter os seus sonhos na sua cabeça e outra completamente diferente os transformar em realidade, permitindo as pessoas de verem. Amaria fazer um álbum inteiro… vários álbuns. Preciso ver o que o futuro reserva.