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Fotografia

A Fotografia Viva e Zumbi de Norman Reedus

O novo livro da estrela de "The Walking Dead" e a exposição de fotografia são tão sombrias e estranhas como você imagina.

Todos as fotos por Norman Reedus. Todas as imagens são cortesia do artista.

Quando todos os seus amigos são zumbis, é difícil tirar uma foto sem graça. E, dizem por aí, o ator Norman Reedus raramente está sem uma câmera em mãos. Exceto, claro, quando ele mesmo está sendo filmado no papel do caçador de zumbis Daryl Dixon, da série The Walking Dead (AMC). E, ao que parece, na primeira brecha Reedus já está novamente com a câmera em mãos. É por isso que seu novo livro de fotografias e uma exposição em uma galeria em Los Angeles mostram tantos zumbis, belos e seminus, fumando em sofás. Mas essas imagens familiares são transformadas através da perspectiva artística paralela de Reedus, e o sangue, pus e nojeiras em geral se tornam apenas um aspecto curioso de toda uma nova história de surrealismo, segredos e o acaso.

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O trabalho de Reedus é repleto de truques — fotografias em preto e branco, coloridas, máscaras, próteses e fantasias, ou mesmo um styling minimalista, com um toque jovem e bem humorado, em cenários abstratos e exóticos, locações instigantes como praias vazias e extravagantes corredores de hotel. Mas tudo com uma espécie de qualidade amadora extremamente emotiva, psicológica e, de certa maneira, romântica.

Em total domínio de sua técnica, incluindo iluminação, enquadramento e direção, até seu material de bastidores não é exatamente uma ilustração convencional sobre a vida nos sets de filmagem, mas sobre as estranhas colisões de realidades paralelas que o trabalho como ator oferece. O resultado é maravilhoso, e lembra até o trabalho de Fellini. Mas as imagens que compõe de sua própria imaginação são ainda melhores — é nesses momentos que você pode imaginá-lo acordando de um sonho e correndo para escrever o que ele viu, com a certeza de que o resultado será uma grande fotografia.

As críticas a seu primeiro livro de fotografias The Sun’s Coming Up… Like A Big Bald Head — ou pelo menos os convenientes comentários escritos por celebridades — são as melhores. Para Bette Midler, o trabalho é “excêntrico, brutal, belo, sexual, vulnerável, divertido e encantador”. Kim Gordon, integrante da banda Sonic Youth, chama atenção para a plena integração do trabalho artístico de Reedus, tanto no set de filmagens quanto fora dele, e a maneira com que transita facilmente de uma documentação extemporânea à instigação de seus próprios conceitos e cenários oníricos. “Assim como qualquer um que vê seu livro”, escreve, “não sei se o machucado em seu olho é de um acidente de motocicleta que o deixou com o olho roxo, ou se é alguma coisa relacionada a um personagem. Ele não entrega nada.”

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The Sun’s Coming Up… Like A Big Bald Head já está à venda, e a exposição foi inaugurada em Los Angeles na quinta-feira, dia 12 de novembro, com uma recepção pública na Voila! Gallery. A mostra ficará em cartaz até dia 31 de dezembro e exibirá fotografias inéditas e trabalhos incluídos no livro.

Tradução: Flavio Taam