Primavera Sound no Porto - Dia 1

De acordo com múltiplos foto e vídeogramas do "Insta" e também segundo diversas publicações em heterógeneos murais do "Face", o NOS Primavera Sound arrancou à séria pelas oito e picos da noite de ontem, Quinta-feira, 4 de Junho, embalado no lânguido e "interminável crowd surfing" de um bem disposto Mac DeMarco.

Não vi. Aliás, não vi nada. Chegar tarde e a más horas tem consequências e o Primavera para mim ainda não arrancou. A não ser no ecrã do telefone, claro. Aí, Mac DeMarco foi o rei do lusco fusco, Mikal Cronin foi muito bem tratado, a "avó Patti Smith" serviu uma primeira dose de comer e chorar por mais, a nova-diva-pop-que-ainda-quer-ser-um-bocadinho-alternativa FKA Twigs "deu tudo" e conquistou descrentes, os Interpol "fraquejaram uma beca" e Caribou "mandou a casa abaixo, com o Festival só para ele", depois de um "aquecimento jeitoso" a cargo dos Juan McLean. Do Bruno Pernadas e dos Cinerama, soberbo projecto de tempos livres do mítico David Gedge dos Wedding Present, nada. Nem um pequeno e efémero snapchat. Nada.

Prometo vingança. Em nome daqueles que tocam às cinco e às seis da tarde e que a preguiça impede de terem os seus devidos momentos de glória online, garanto que hoje, Sexta-feira, 5 de Junho, às 17h00 estou a espreitar a Banda do Mar no Palco NOS e às 17h55 deito-me na relva em frente ao Palco Super Bock a ouvir o que o mestre Howie Gelb e os seus Giant Sand têm para nos ensinar.

Até às 11 da noite, e entre uma ou outra sandes de pernil da Casa Guedes e dois copos de tinto, é certo que vejo a senhora dona Patti a celebrar os 40 de "Horses", o José González a tentar adormecer-nos com o seu dedilhado de guitarra sempre um bocadinho chato de mais e no Palco Pitchfork os Sun Kil Moon do ultimamente muito enervado Mark Kozelek. Lá pelas 22h00 é certo que automaticamente entrarei em modo "falem-o-menos-possível-comigo-e-deixem-me-concentrar-volto-a-comunicar-daqui-por-duas-horas". Às 23h00 os Belle & Sebastian sobem ao Palco Super Rock e não posso ser incomodado.

Quando a melhor banda de sempre, do Mundo e de todos os tempos der por terminado o seu espectáculo ainda há forças para as alucinações de Ariel Pink, para confirmar o que de bom se diz por aí sobre os Jungle e para testemunhar a estreia dos Run The Jewels em solo luso. Tudo ao mesmo tempo.