Respeitem Marquinhos!

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Respeitem Marquinhos!

O que esperar de um jovem zagueiro que briga com o próprio clube para disputar as Olimpíadas? Isso mesmo: carrinhos, gritos, raça e bola para o mato.

A crônica esportiva adora chamar de novelas as burocracias entre clubes e seus jogadores. Nas últimas semanas, a trama de maior audiência foi a do zagueiro brasileiro Marquinhos com seu time, o Paris Saint-Germain, da França, às vésperas das Olimpíadas 2016.

Caso você não tenha acompanhado os primeiros capítulos, aqui vai um resumo: Marquinhos, de 22 anos, fora convocado para o time olímpico, mas seu clube não o liberou. Dividido entre acatar a decisão do PSG e realizar o sonho de jogar as Olimpíadas em seu país, o zagueiro optou pela Brasil. Bateu o pé, recebeu sondagem de outros time e, no fim, seu time cedeu: ele enfim foi liberado para os Jogos.

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"Agora é hora de ir em busca deste grande sonho", diz Marquinhos a VICE Sports. "Terei a chance de representar meu país e escrever meu nome na história das Olimpíadas. Vou me empenhar bastante e espero obter sucesso ao lado dos meus companheiros."

Ainda que comedido, o zagueiro paulistano afirma estar preparado para ser um dos líderes na busca pelo primeiro ouro olímpico do futebol brasileiro. Ao ser questionado se a camisa não pesará, ele tem a resposta na ponta da língua. "Creio que pesar não é a palavra. Temos que pensar pelo lado positivo e nos motivar em trazer uma medalha inédita de ouro", diz. "Somos uma nova geração que tentará representar o país da melhor maneira possível." Marquinhos é jovem, mas tem grande e valiosa experiência. Começou a carreira no Corinthians, time pelo qual, em 2011, com apenas 17 anos, foi chamado pelo técnico Tite para integrar o elenco principal. Pouco tempo depois, o jogador estava com as malas prontas com destino à Itália. No Roma, começou a ganhar projeção internacional e se destacar. Seu desempenho foi tão embaçado que, em seis meses, o PSG fez uma oferta de mais de 30 milhões de euros, valor altíssimo para um profissional tão jovem.

Estar na elite do futebol tão cedo cobrou preço do atleta: muito suor e treino foram doados em busca da perfeição e do mais alto rendimento. Marquinhos não demorou a cair nas graças da torcida e hoje divide a defesa da equipe com outros três brasileiros: Thiago Silva, David Luiz e Maxwell. Basta olhá-lo em campo para sacar que sua calma, precisão e agilidade diante dos atacantes é muito acima da média. Entre os boleiros, reza a lenda de que ele passa tanta experiência e segurança que nem parece ter idade olímpica (os jogadores devem ter até 23 anos). Não à toa é um dos líderes dessa equipe tão jovem.

Vai pedalar pra cima do camisa 5 do PSG? É bom pensar duas vezes. A probabilidade de você sair do lance sem a bola é bem grande. Além de ser habilidoso acima da média, o zagueiro também sabe ser o xerifão da defesa. A bicuda pro mato, afinal, se faz necessária na vida de todo jogador de defesa. Principalmente quando o campeonato é olímpico.