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Sexo

Por que é que os gajos não curtem a minha roupa interior atrevida?

As mulheres também podem ter fetiches.

A minha cena estranha no sexo são cuequinhas arejadas. Nunca fiz sexo anal, acho que o 69 é uma estupidez e não sou grande fã de andar a fazer xixi em cima de alguém. A menos que seja no banho, que esteja mesmo apaixonada e que ele tenha mesmo, mesmo, meeesmo implorado. Mas aquilo de que gosto realmente é de usar roupa interior com partes importantes cortadas. E quando digo “gosto” o que quero mesmo dizer é que não há nada mais neste planeta (nem mesmo um Jake Johnson nu a oferecer-me um burrito) que me possa deixar mais excitada. Há qualquer coisa de especial em usar este tipo de cuecas quando estou a ter relações — nem que seja uma rendinha à volta das coxas — que me deixa mesmo louca. Descobri esta tara aos meus 23 anos. Queria impressionar o gajo que amava, o gajo que mais amei até àquele momento e até hoje (tanto que ele nunca teve de implorar por nada). Por isso, comprei um fio dental de renda que me deixava a vagina à mostra e um sutiã de renda a combinar (que deixava à vista a região da mama), um cinto de ligas, uns collants pelas coxas e fiz-lhe uma surpresa no dia do aniversário. Se quiseres ser mais poupada, agarra numa tesoura e dá uma nova vida à roupa interior que já não usas. Não curtias que a tua namorada fosse como eu? Bem, se tivermos em conta que os homens com quem estive são uma amostra representativa da população global, não, se calhar não curtias. Apesar do meu ex-namorado achar muita piada à minha queda por cuequinhas negligenciadas, há muitos outros que nunca se excitaram com a ideia. Depois desta relação, o meu namorado seguinte detestava a minha tara. Usei as minhas cuequinhas para ele uma vez. O gajo olhou para mim, com os lábios curvados de desprezo, com sangue a bombar no pénis e disparou: “À frente de quantas pessoas é que já usaste isto?!” Mas ele não foi o único! Estudei as probabilidades em outras duas ocasiões com namorados mais recentes. Todos eles me disseram que esta ideia parecia “estúpida e estranha”. Um dos gajos até disse que, muito provavelmente, gozaria comigo se me visse a usar lingerie sexy. Fico verdadeiramente perplexa com o facto de homens heterossexuais, a atravessarem o apogeu do período das hormonas fervilhantes, não quererem ver uma mulher — e especialmente a mulher com quem andam a dormir — a usar cuequinhas com um buraco feito para enfiarem a pila. É perfeito para os gajos preguiçosos! Não têm, sequer, de se preocupar em tirar nada, é só enfiar! Por esta altura, já parei de me questionar o porquê de os homens não quererem corresponder aos meus desejos por roupa interior kinky. Muitas vezes, em relações, ambas as partes têm de engolir sapos e fazer coisas de que não gostam, apenas para dar prazer ao seu parceiro (seja um broche, ou foder uma gaja que usa cuequinhas atrevidas). Todos os homens que mencionei acima esperavam que eu lhes preenchesse certas fantasias sexuais — coisas de que não era grande fã, mas que, ainda assim, fiz. Especialmente porque sou demasiado preguiçosa para fazer broches, mas tenho noção de que seria mau ter um namorado e deixar que algo tão egoísta se metesse no meio do acto de lhe dar prazer. E mesmo assim, todos os homens acima referidos recusaram-se a atender aos meus pedidos. É aceite no sexo — mesmo naquelas relações sexuais que consideramos “saudáveis” e “não violentas” — que as mulheres façam coisas que não adoram, apenas para dar prazer ao homem, tipo lamber-lhes as bolas, ou aceitar canzana. Pela minha experiência, e tendo como base a sapiência de outras mulheres com quem falo sobre sexo frequentemente, é muito raro haver na cama um “gostas?”, antes do homem levar o seu impulso avante. Resumindo: o gajo vai, muito provavelmente, tentar e enfiar a pila no teu rabo sem que tu notes. Sim, o sexo deve ser espontâneo e louco, às vezes — ninguém quer sentir que tem de estar a perguntar ao seu parceiro se ele está bem a cada 30 segundos. E é sempre bom atingir aquele nível de confiança com alguém, mas a verdade é que ainda existe um desfasamento entre géneros no que diz respeito à intimidade. Ninguém espera que os homens façam coisas de que não gostam só para tornarem as mulheres felizes. No entanto, nem é preciso dizer que uma mulher que se recuse a levar por trás é uma puritana. A dinâmica existe (e não digo que aconteça de forma maliciosa) e existe em todas as relações. Mas, geralmente, nas relações sexuais normativas, a balança do poder tende a residir no homem. E não importa aquilo que digamos a nós próprias. Estou fartinha de não me deixarem usar as minhas cuecas favoritas na cama. Para a próxima, o que devo fazer é usá-las por baixo do vestido e quando chegar o momento da acção… o gajo vai dar de caras com o HORROR de cuecas de estrela porno. Nessa altura, vou gritar “FOSTE APANHADO”. E salto-lhe em cima.