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Música

Música: Om

Abanar a cabeça já não chega.

Advaitic Songs
Drag City
8/10 O que reserva o futuro destes fritos que compuseram, apenas e só, o Santo Graal do stoner/doom? Viraram trolhas, continuaram o legado do Lemmy Kilmister, dedicaram-se ao peso chapeiro e terminaram numa clínica de reabilitação?Isso foi o que aconteceu com o terceiro elemento, o rastas Matt Pike. Para os outros dois, o Al e o Chris, o desenlace foi ainda mais místico. Inventaram uma nova fórmula de coordenação musical, alinharam os chacras, educaram o baixo e a bateria para novas estruturas rítmicas, com rituais tibetanos e cânticos litúrgicos bizantinos, e fizeram uma obra-prima (Pilgrimage) e dois álbuns essenciais dentro do drone psicadélico pós-Sleep. Já depois do devir pautado pelo God Is Good, que viu o Hakius ser substituído pelo multi-instrumentista dos Grails, o Emil Amos, os Om concretizam essa machadada no passado e agudizam a espiritualidade cósmica com Advaitic Songs. E o que dizer deste quinto capítulo? Simples, o Amos tomou conta da instrumentalização, com o Robert Lowe a espreitar lá no fundo. Em God Is Good já se notava o contraste do ritmo e do compasso para se confirmar, neste novo álbum, a ruptura arábica e ambiental em absoluto. O duo mantra está menos doom e mais post-buddha-slow folk. É um estado de não-retorno, aliás. Habituem-se. Há violoncelos, guitarras clássicas, sítaras, tamburas, tablas, etc. O Al está cada vez mais afastado daqueles graves possessivos em escalas de carrossel e bastante próximo da meditação repetitiva e monolítica. O próximo passo é suceder ao Dalai Lama e submeter-se à clausura monástica do Tibete. Abanar a cabeça já não chega, se é que algum dia chegou. AAAAUUUUUUMMMMMMMMMMM…