Seria esta a casa mais Wes Anderson que já existiu?
Cortesia de imagem da Eaton House Studio & Nikki Lipstick.

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Seria esta a casa mais Wes Anderson que já existiu?

Demos uma espiadinha por trás das cortinas rosadas da Eaton House em Essex, no Reino Unido e conhecemos o excêntrico artista por trás de tudo.

Apresentamos a Eaton House — que outrora fora uma casa comum de seis quartos e que desde então foi transformada em um palácio rosa que oferece uma ambientação atmosférica única e uma experiência visionária. Instalada em Tiptree, cidadezinha no interior da Inglaterra, sua estética encaixa perfeitamente com o visual e estilo narrativo de filmes de Wes Anderson, ao mesmo tempo que sua opulência se adequaria a pessoas extravagantes como Liberace, Gianni Versace ou Gemma Collins.

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A sala de estar se assemelha à locação de um ensaio da Playboy dos anos 80 – faltam só as coelhinhas. Paris Hilton já foi fotografada no Quarto Rosa, provavelmente o cômodo mais famoso da casa. Grandes publicações internacionais como a edição italiana da Vanity Fair e Vogue Arabia já usaram a casa de cenário para seus editoriais.

Arte emoldurada

A artista californiana Amy Griffith é a responsável pela criação da Eaton House junto de seu amigo e parceiro de negócios, James Lloyd-Roberts – bombeiro e fotógrafo.

Griffith atribui sua visão única ao fato de ter nascido na Califórnia. “Diria que esta casa representa minha infância e influências enquanto garota do norte da Califórnia nos anos 70”, comentou.

“Minha infância foi cercada de gente glamurosa, divertida e bastante sociável que adorava criar um clima único em suas casas estilosas, convidando a todos para passarem ali um tempo em ocasiões especiais para celebrar e curtir a vida. Isso está no meu sangue, esta casa é minha salvação e fico grata por se tratar de uma espécie de lar espiritual para todos que viveram esta ‘mágica’, como muitos dizem”.

O quarto vermelho

Griffith se mudou para Londres em 1997 para atuar como artista e logo se viu trabalhando para a então pequena marca de lingeries Agent Provocateur. Aos 25 anos, Griffith havia ascendido ao topo da marca, trabalhando junto ao seu co-fundador, Joe Corré. “Eu era bastante próxima de Corré durante o período que estive na empresa e fui decididamente inspirada pela forma como ele usava sua habilidade criativa e tino de negócios para ajudar a salvar o planeta”, afirma. “Não tinha como ser mais inspirador que isso. Sou muito grata por tudo que aprendi enquanto trabalhava lá”. Griffith também foi consultora de moda antes de sua mudança para a Easton House em 2010, onde passou os últimos oito anos e meio criando esta sua “obra”.

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O quarto rosa

E ela tem todo o direito de chamá-la assim. Ao passo em que muitos usam a casa para ensaios e eventos, o local é, essencialmente, uma obra de arte. “Pintei o interior todo sozinha”, comenta. “Durante os primeiros três anos não fiz nada além de pintar, sacrificando todo o resto. A casa oferece uma experiência multisensorial em que azulejos no banheiro se acendem, o bar no quintal também oferece a experiência de de se estar em um filme de Clint Eastwood enquanto se toma um drinque, cercado por fotos de bombeiros. Tudo se mostra de maneira diferente a depender da hora e do clima do dia."

"A casa é um reflexo de minhas habilidades", diz a artista. "Sou uma nerdona, pesquiso o tempo inteiro. Não quero reproduzir o que outras pessoas já fazem ou fizeram. Eu ando por brechós desde que era moleca e tenho orgulho de ter uma casa que reflete meu compromisso e paixão em fazer tudo que faço algo especial”.

O pátio

Tudo na Eaton House é fruto de hábil curadoria; não há uma única peça ou mesmo retalho de papel de parede que não conte com alguma história. “Sinto que ao ser uma pessoa capaz de se virar com o que tenho em mãos, acabo tendo mais histórias pra contar ao reciclar peças de eventos nos quais trabalhei ou de quando estou passando por brechós e encontro algo de especial que sei que cairá bem na casa, incluindo ainda o trabalho de diferentes artistas que admiro e respeito”.

Griffith aponta para uma obra emoldurada no hall de entrada da casa e nos explica: “esta é uma das minhas obras favoritas de Lewis Bannister. Seus scifrões da Disney foram inclusos na exposição Dismaland de Banksy. Escrevi para Lewis e perguntei se poderia criar algo personalizado com o CEP de onde nasci e uma imagem de Cinderela”.

A sala de jantar

Glamurosa e kitsch, a Eaton House reflete o trabalho duro e comprometimento de dois indivíduos que conseguiram passar suas ideias para uma realidade onírica, em que é possível ligar-se à sua coelhinha da Playboy ou James Bond interior – e viver a ‘magia’por si mesmo.

Esta matéria foi originalmente publicada na i-D US.

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