#selfiecity e o fenómeno das redes sociais

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#selfiecity e o fenómeno das redes sociais

Um novo projecto liderado por várias universidades estuda o fenómeno 'selfie' por todo o mundo.

Kim Kardashian acaba de publicar um livro com as suas selfies, aquelas que a coroaram como uma das rainhas absolutas do Instagram com mais de 31 milhões de seguidores, sob o título Selfish [Egoísta]. Em 2013, selfie ganhou a honra de ser a palavra do ano para a Universidade de Oxford. Há algumas semanas, Anna Wintour proibiu as selfies na gala de abertura da exposição dedicada à moda que todos os anos é realizada no Metropolitan Museum de Nova Iorque.

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Imagem: @kimkardashian Talvez a selfie se tenha afogado em tanto êxito, mas é inegável que são poucas as pessoas que se recusam a dar a volta ao telefone para tirar uma fotografia e saber se têm bom aspecto a qualquer hora do dia. A variante, de estar à frente do espelho, perde importância, mas também ainda existe. O facto de que as principais vozes no mundo das tendências terem dito: não ao selfie, só alimentou o monstro e fez com que universidades, tais como a de Nova Iorque, embarquem na aventura de estudar como este fenómeno global funciona ao redor do mundo. Bangkok, Berlim, Nova Iorque, São Paulo e Moscovo foram as cinco cidades escolhidas pela Universidade da cidade que nunca dorme para analisar os hábitos que têm as suas sociedades de lançarem-se ao narcisismo necessário para sacar umas selfies. Intitulado #selfiecity, o estudo lança conclusões que são no mínimo curiosas. A escolha das cidades não foi deixada ao acaso e procura reflectir a variedade dentro de culturas quase opostas.

Imagem: @derekblasberg Composta por oito pessoas a equipa expõe as conclusões retiradas de palavras como "auto-masturbação", "MiniMe" ou "sub-género do auto-retrato". Sem nenhum tipo de censura rapidamente define as cinco cidades do estudo pelas imagens que os seus habitantes comparam habitualmente nas redes sociais. Desde a perspectiva de que a selfie é um acto completamente narcisista, pode ser intimamente associada com o boom das redes sociais, nascem centenas delas por ano mas, por agora, só sobrevivem as três maiores (Facebook, Instagram, Twitter). Sem as redes sociais o auto-retrato não existiria como hoje o conhecemos, mas, provavelmente, sem os auto-retratos as redes sociais sim. Mas #selfiecity chega também a conclusões para lá deste facto e define o perfil social e a selfie como a marca que cada um de nós carrega para todos os lados. Um selfie inocente entre os amigos de alguém anónimo, não é o mesmo que um de natureza quase erótica como as que partilha Miley Cyrus que fazem tremer os guardiões da moralidade e dos mamilos do Instagram.

Imagem: @mileycyrus As conclusões mais gerais do estudo concluem que as pessoas sorriem mais nas selfies em áreas do mundo onde o sol brilha mais dias por ano. As mulheres são as que partilham mais auto-retratos. A média de idades está praticamente situada entre os 20 e os 25 anos nas cinco capitais. O ângulo de inclinação da cabeça para sacar a fotografia é maior no Brasil. A maior parte dos sujeitos estudados adoptam uma atitude feliz e muito poucos aparecem sérios. Esses são os grandes dados que emergem do estudo de 3.200 fotos que passaram na triagem final, entre as mais de 140 mil que foram estudadas. Pode algo tão trivial como uma selfie definir a cidade onde foi tirada e os seus habitantes?

Este artigo foi originalmente publicado em i-D.