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Música

Lê Almeida Fala sobre Seu Disco mais Introspectivo, o Lançamento 'Paraleloplasmos'

'Paraleloplasmos' é música pra quando você está brisando, com o pensamento longe, olhando num ponto fixo.

A espera acabou. Nesta terça (17), o Lê Almeida soltou seu novíssimo álbum Paraleloplasmos, que você pode ouvir e baixar imediatamente, via Bandcamp, abaixo. Seu segundo trabalho autoral (sem contar singles e EPs) é um álbum instrospectivo, música pra quando você está brisando, com o pensamento longe, olhando num ponto fixo.

E embora esta seja uma boa notícia, o Lê Almeida anda meio tristonho. “Eu terminei um namoro de três anos, e tudo que eu tava gravando ficou diferente. Tudo que tá lá [no disco] fala meio disso. É meio claro, se você sacar. Nunca tinha feito algo assim. Meu disco anterior é mais na moral. Esse é meio triste”. Sim, a gente sacou. Ouvimos seus últimos singles andando na calçada de cabeça baixa, chutando latinha. “A maioria das vezes não é triste. É jeans, disco voador, bicicleta… esse disco é o único que não tem outro tema”.

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Com exceção desta árvore, nem tudo são flores nessa vida. Fotos por Janine Magalhães

O exílio deste coração ferido derivou em muitos resultados positivos, no fim das contas. Lê Almeida está mais produtivo do que nunca e isso se reflete em suas composições: “Agora eu fico no Escritório sozinho, sem vizinho nem nada, então acabo gravando algo longo e viajante”. “Fuck The New School”, por exemplo, tem 11 minutos e fica maior ao vivo. “Eu comecei a usar um delay na guitarra, aí fica mais contemplativo."

Toda esta introspecção desembocou numa onda de muito trabalho. “Terminei esse disco e já comecei um outro. Não sou de ficar fazendo disco todo ano, então quis aproveitar o momento de estar produtivo e já começar outra parada”. Isso resultou, inclusive, numa possível mudança de hábitos: “Tem até uma faixa no disco que é meio dub. E algumas próximas que vou lançar vai ser nessa onda mais brisada.”

Mas não pense que o cara tá na fossa, ouvindo João Gilberto e chorando. Depois de completar uma década, a Transfusão Noise Records está surfando numa onda de boa fase. “Eu sempre tenho alguma coisa pra fazer, um [vídeo de] show pra editar, alguma peça de instrumento pra trocar, alguma coisa pra mixar. Minha pausa é só pra tomar um café e comer um biscoitinho”. Tanto que tem até gente grande de olho em seu talento: “Uma gravadora me chamou pra gravar com eles. Eu disse que não tem como, porque eu tenho minha parada. Acho que é muito mais onda eu fazer meu próprio som, sem interferência, e só distribuir pela gravadora. Já disse numa entrevista que eu criei um selo porque achei que ninguém ia querer lançar uma parada minha [risos].”

A agenda do Escritório está bem cheia. “Tenho shows marcados em várias cidades, mas dentro do Rio a gente só toca no Escritório. A cerveja lá é só latão, então você vai acabar dividindo com alguém. Aí facilita a amizade. É cheio de pôster, tem uma TV com uma fita cheia de clipes passando, saca? E todas as bandas que querem tocar lá são de fora.” Fora de casa, Lê já tem shows marcados para o lançamento de Paraleloplasmos: 3 de abril na Casa do Mancha, em São Paulo; 11 de abril no Circo Voador, no Rio; 25 de abril no Ratos na Rua em Juiz de Fora e 16 de maio no Bananada em Goiânia.

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