Cinco ilustradores reinventam as suas capas de discos de David Bowie preferidas

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Cinco ilustradores reinventam as suas capas de discos de David Bowie preferidas

O que é que nos resta dizer sobre Bowie que não tenha já sido dito?

O que é que nos resta dizer sobre Bowie que não tenha sido já dito? [Talvez isto, que se calhar ainda não viste, e tens mesmo de ver]. Foi um desbravador de caminhos, vestido de brilhantes e botas espaciais, uma influência para toda a gente, de Kanye West a Vanilla Ice, ao personagem de Owen Wilson em "Zoolander".

Passámos os últimos dias a ouvir "Heroes", em modo de exclusividade, e a pensar na nossa própria mortalidade e na beleza da vida. Poderemos argumentar que "Blackstar" está já lá em cima, em pé de igualdade com algumas das mais magnificas peças musicais com que ele nos abençoou? Sim, podemos.

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A cena com David Bowie é que, fosse qual fosse a forma como se vestia, ou que personalidade assumisse, o mais importante era sempre o que nós projectávamos nele. É por isso que significou tantas coisas diferentes para tanta gente, porque sempre foi tudo sobre a tua interpretação e sobre como a tua percepção individual via e interagia com o mito que o rodeava.

Por isso, com isto em mente, pedimos à malta da ilustração que nos mostrasse qual era a sua interpretação das suas capas de discos favoritas. Aqui estão elas, de "The Rise and Fall of Ziggy Stardust" a "The Man Who Sold the World".

A arte irá sempre prevalecer!

THE RISE AND FALL OF ZIGGY STARDUST AND THE SPIDERS FROM MARS

Escolhi fazer a versão da capa do "The Rise And Fall Of Ziggy Stardust And The Spiders From Mars", porque quando andava na Universidade, em Brighton, lembro-me de um gajo qualquer que estudava no British and Irish Modern Music Institute estar a chatear-me incessantemente sobre o disco. Recordo-me de lhe ter dito qualquer coisa do género, "na verdade não conheço nenhuma música do Bowie", e de ter voltado para a casa malcheirosa onde vivia e ter ido ouvi-lo. Quatro temas depois, quando começa a "Starman", pensei, "espera lá, eu conheço esta merda!"

Fiz do Ziggy um gigante a esmagar um carro com o seu próprio peso e a tocar a "Les Paul", porque na capa original ele está mesmo pequenino e queria que isto fosse mais sobre o Bowie do que sobre a Heddon Street. Está tudo em estado de degradação, porque queria que se percebesse o tempo que passou desde que o álbum foi lançado, apesar de nesse entretanto Bowie apenas ter crescido (acho que é a isto que se chama uma metáfora visual). Pete Sharp

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DIAMOND DOGS

Pintei isto em jeito de homenagem ao fabuloso trabalho artístico de Guy Peellaert para a capa de "Diamond Dogs" e porque Bowie foi sempre uma tremenda inspiração para mim. Esta semana foi uma autêntica trip de sentimentos para os fãs de música, quer aqui no Sul de Londres, como em todo o mundo. Mas a sua música continuará viva - e eu sinto-me afortunada por estar aqui e poder ouvi-la. Charlotte Mei

PIN UPS

"Pin Ups" é um álbum de versões e eu estou a fazer uma versão de uma capa. Achei que era uma escolha bastante inteligente. Sam Taylor

HEROES

"Heroes" é um álbum que ouvi imenso quando vivia em Berlim. A maioria das pessoas que conhecia viviam mais a norte, na zona Sul de Neukölln. Ouvia o disco, e canções como "Moss Garden" serviam-me de banda sonora paisagística para a viagem de 20 minutos de bicicleta que fazia, direcção norte, ao longo de Karl-Marx Allee e Kottbusser Tor.

Para a capa não quis acrescentar, nem tirar o que quer que fosse. Acho que é apenas uma interpretação gráfica do que lá estava originalmente. Jay Daniel Wright

THE MAN WHO SOLD THE WORLD

Lembro-me da primeira vez que ouvi "The Man Who Sold The World". Tinha um disco ao vivo chamado "Bowie at the Beeb" e ouvia-o à noite, na cama, com os headphones nos ouvidos. Fazia-me confusão como é que uma música podia ser tão boa. De qualquer das formas, vejo a minha capa como uma versão da edição original de 1970, que mostrava um cartoon da autoria de Michael J. Weller.

Enquanto trabalhava nisto fui pensando o quão diferente acabaria por ser e como é que essas diferenças se fariam notar. É mais ou menos como estares a tentar desenhar o Garfield. Estás quase lá, mas a imagem final será sempre uma versão ligeiramente cómica. Stephen Maurice Graham

Este artigo foi originalmente publicado na nossa plataforma Noisey.