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Μodă

Modas Estúpidas: Sandálias

Algumas das maiores civilizações de todos os tempos--como os egípcios, os gregos e os romanos--renderam-se às sandálias, mas, milhares de anos depois, temos à nossa disposição calçado de alta qualidade, então como essas coisas odiosas ainda andam por...

Ok, eu sei que essa é a opinião dominante, mas eu odeio mesmo sandálias. São todas nojentas, além de achar que as pessoas que as usam só podem ser estúpidas. Em 600.000 A.C., as sandálias eram uma escolha aceitável. Algumas das maiores civilizações de todos os tempos—como os egípcios, os gregos e os romanos—renderam-se às sandálias, mas, milhares de anos depois, temos à nossa disposição calçado de alta qualidade, então como essas coisas odiosas ainda andam por aí?

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O que se segue é uma compilação dos estilos que o pessoal do marketing nos tenta forçar a comprar e as razões pelas quais eu não cedo. Nas imagens abaixo, à esquerda temos a sandália da moda e à direita temos o terrível pesadelo que é a realidade.

BIRKENSTOCKS

As Birkenstocks foram inventadas numa pequena localidade alemã, em 1774. Um século depois, foram uma das primeiras marcas a criar solas que se adequam à anatomia do pé humano, tornando-as extremamente confortáveis e blá, blá, blá, blá… Quando finalmente as transformaram em sandálias, um hippie qualquer de férias num spa na Alemanha ficou louco com o quão confortável eram e decidiu começar a importá-las para os Estados Unidos, onde as distribuiu pelos seus restantes amigos hippies. Hoje em dia, a presença destas sandálias já não é tão ameaçadora, uma vez que já só se encontram durante os festivais tipo Músicas do Mundo e nos pés de instrutores de ioga e de professores de arte da escola primária, mas, agora que lançaram uma nova versão com padrão camuflado, preparem-se para uma nova enxurrada de idiotas vestidos com calções cáqui e Birkenstocks.

SANDÁLIAS DE PLÁSTICO

As sandálias de plástico surgiram ou depois da Segunda Guerra Mundial, quando era difícil encontrar cabedal na Europa, ou durante as décadas de 50 ou 60, quando tudo era feito de plástico. Nos anos 80, essas sandálias foram extremamente famosas, para infelicidade dos nossos pés, uma vez que, passados 15 minutos de as calçarmos, ficamos cheios de bolhas, feridas e suando tanto que a pele começa a descolar. Essas sandálias estão novamente surgindo nas lojas, graças à marca brasileira Melissa e aos modelos desenhados por lendas da moda como Vivienne Westwood e Jean Paul Gaultier. Infelizmente, esses dois designers são conhecidos por mandar as manequins para a passarela com calçado capaz de partir tornozelos, por isso não se excitem muito com os novos modelos dessas sandálias -- a menos que tenham um bom seguro de vida.

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SANDÁLIAS DE GLADIADOR

Os gregos inventaram os cothurnos, ou aquilo a que hoje nós chamamos de “sandálias de gladiador”. Só aos artistas e aos homens de classe alta era permitido usar essas coisas horríveis. Hoje em dia, e mais do que nunca, elas são vistas por todos os lados—graças ao Raf Simons, à série Spartacus e ao filme As Patricinhas de Beverly Hills. Isso nem era um problema assim tão grande até o momento em que garotas e garotos e gays começaram a usá-las nas discotecas em conjunto com um cadarço de cabedal atado em volta da testa, como se fossem o resultado do cruzamento entre um deus romano e a menina do filme O Cristal Encantado. E agora, graças ao novo modelo Nike, não fico nada surpreendida se os cadarços na cabeça se transformarem em tiaras hippies tingidas de várias cores.

LANVIN / TEVAS / SANDÁLIA DE TIOZÃO

Mas o que é essas sandálias têm de especial? Por que todos os designers pensam que estão reinventando o avant-garde quando criam sapatos abertos baseados naquela coisa vergonhosa que o meu pai gosta de calçar com meias brancas grossas quando vai tirar o lixo? A Lanvin criou uma versão de sandálias horrendas que todo mundo diz que é baseadas no modelo Tevas. Conhecidas como “sandálias esportivas”, as Tevas foram inventadas em 1982, no Grand Canyon, por um guia fluvial que, provavelmente, tinha acabado de fumar um beque gigante. O objetivo dele era criar uma sandália fenomenal para os seus camaradas esportistas que fosse confortável o suficiente para se usar durante caminhadas e outros tipos de atividades outdoor que só verdadeiros idiotas escolheriam praticar com sandálias. O meu breve fascínio por estas sandálias foi embora rapidamente no dia em que fui fazer rafting com os meus pais, e a sandália da minha mãe ficou presa numa velha rede de pesca em águas agitadas e ela quase morreu numa correnteza; mesmo agora que as sandálias têm salto alto e estão “na moda”, continuo a odiá-las de morte.

CHINELOS

Ontem, quase arranquei os meus próprios olhos quando vi um cara com pés de hobbit andando na chuva com chinelos, como se nada estivesse acontecendo. Os pés dele estavam submersos num mar de mijo de sem-tetos e ratos mortos. Usar chinelos—além de ser uma forma de tortura visual e a maneira mais simples de pegar micoses nos pés—também coloca as vidas dos outros em risco. Imaginem só o que se seria se alguém ficasse hipnotizado com a estampa das suas Havaianas Missoni e pisasse no seu pé durante uma debandada. A última coisa que alguém quer é acabar coberto de sangue só porque pisou a na sua desculpa patética de calçado.

POR ANNETTE LAMOTHE RAMOS VICE STYLE
TRADUÇÃO POR EQUIPE VICE BR